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Aposentadoria da Libor complica contratos vinculados à taxa

09 jul 2020, 13:46 - atualizado em 09 jul 2020, 13:46
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As organizações não informaram o valor dos instrumentos que vencem após o prazo final da Libor (Imagem: Pixabay/ StockSnap)

Até metade dos ativos e derivativos vinculados à Libor devem vencer após a aposentadoria da taxa. As autoridades financeiras fizeram este alerta sobre mais uma complicação nos planos para eliminar gradualmente essa desacreditada taxa de referência.

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O fato de os operadores de mercado continuarem contando com a Libor (sigla para London Interbank Offer Rate) “impõe claros riscos à estabilidade financeira global”, afirmaram o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) e o Comitê de Supervisão Bancária de Basileia em relatório enviado ao Grupo dos 20.

Centenas de bilhões de dólares em títulos com taxas flutuantes e denominados em libras esterlinas, dólares, ienes e outras moedas podem sobreviver à taxa que será aposentada no final de 2021, alertaram as entidades, ressaltando o quanto a Libor ainda está incorporada ao sistema financeiro.

As organizações não informaram o valor dos instrumentos que vencem após o prazo final da Libor.

Os reguladores tentam tirar de circulação uma taxa de referência usada para trilhões de dólares em títulos, empréstimos e derivativos, mas que foi desacreditada por escandalosos episódios de manipulação.

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O setor financeiro precisa adotar rapidamente a chamada “linguagem alternativa” nos contratos, permitindo o ajuste dos contratos existentes com as taxas de substituição, afirmaram os reguladores.

No caso dos empréstimos em dinheiro, esse avanço é mais lento do que para os derivativos. Além disso, “muitas jurisdições trouxeram preocupações sobre a complexidade de incorporar tais disposições” aos contratos de legado, acrescentaram.

Integram os painéis o Federal Reserve dos EUA, o Banco da Inglaterra, o Banco Central Europeu e outras autoridades monetárias e reguladoras de todo o mundo.

“As autoridades estão preocupadas com as diferentes expectativas de supervisão para a transição entre jurisdições, especialmente no tocante a riscos jurídicos e de conduta”, segundo o relatório.

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“A variação dos cronogramas de transição para diferentes produtos está complicando o monitoramento.”

Os reguladores começaram a eliminar gradualmente a Libor após a descoberta de que bancos europeus e americanos manipulavam taxas para beneficiar carteiras próprias.

No entanto, esses esforços encontraram barreiras à medida que o mercado desviou a atenção da transição para se concentrar em sobreviver à crise.

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bloomberg@moneytimes.com.br