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Aposta de El Salvador para títulos de bitcoin (BTC) pode estar indo ‘por água abaixo’; entenda

20 abr 2022, 8:39 - atualizado em 20 abr 2022, 8:50
El Salvador
A aposta de El Salvador para os títulos de bitcoin pode não gerar o resultado esperado (Imagem: Pixabay/jorono)

As tentativas de El Salvador de usar bitcoin (BTC) para impulsionar sua economia parecem estar indo na direção contrária à esperada.

Segundo o Decrypt, a tentativa de um acordo em comum do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI) não chegou a ter um fim. Alguns críticos, incluindo o ex-presidente do Banco Central de El Salvador, duvidam até mesmo se esse acordo poderá um dia acontecer.

Em entrevista ao site ElSalvador.com, o ex-presidente do Banco Central do país, Carlos Acevedo, que permaneceu no cargo de 2009 a 2013, afirmou que perseguir uma solução em bitcoin fez com que o país praticamente “matasse” suas relações com o FMI, o que tornou ainda mais difícil a emissão de títulos da criptomoeda.

Para Acevedo, “a negociação com o Fundo está praticamente morta. Precisaria ser reanimada”, ao se referir aos esforços do país de renegociar seu débito com o FMI.

O ex-presidente do BC também disse que “a emissão dos títulos de vulcão é outra coisa que está se tornando complicada para o presidente.”

De acordo com o Decrypt, o órgão internacional nunca se mostrou favorável às criptomoedas. Um documento publicado neste mês pelo FMI afirma que as ferramentas descentralizadas, tais como o bitcoin e finanças descentralizadas (DeFi), podem desestabilizar os mercados.

Títulos de bitcoin de El Salvador estão indo ‘por água abaixo’?

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, que assumiu o cargo em junho de 2019, quer emitir US$ 1 bilhão em títulos de bitcoin, também chamados “títulos de vulcão”.

Esses títulos pagariam uma taxa de juros anual de 6,5% e teriam um prazo de vencimento de cinco anos, além de terem sua reserva na criptomoeda, ao invés de moedas fiduciárias.

Segundo o Decrypt, a ideia dos títulos foi comemorada por defensores do bitcoin, no início, mas ela aparenta ser uma estratégia um tanto contraditória.

O fator principal é que títulos públicos são, geralmente, considerados investimentos de baixo risco, com pequena volatilidade. No caso do bitcoin, uma possível queda brusca no preço da criptomoeda poderia elevar as chances de inadimplência.

Com isso, títulos de bitcoin podem repelir investidores mais conservadores, deixando El Salvador à procura de investidores com maior apetite por risco.

O país havia programado o lançamento de seus títulos de bitcoin para março deste ano, no entanto, isso foi adiado para setembro, mas ainda sem certezas de que acontecerá nesse período.

Como justificativa, o ministro das Finanças de El Salvador, Alejandro Zelaya, disse que a falta de condições favoráveis, como o rompimento da guerra entre Rússia e Ucrânia, impediu o lançamento.

Por outro lado, o presidente do país disse no Twitter que o adiamento foi feito devido à priorização de outras reformas legais.

No entanto, para o ex-presidente do Banco Central, esse não é o caso.

“Primeiro eles dizem que será em janeiro, depois, em março, em seguida, afirmam que a Lei de Ativos Digitais não estava pronta, na sequência dizem que as pensões eram prioridade, e agora falam do problema com valor mobiliário”, disse Acevedo na entrevista.

“Acredito que o governo percebeu que não há interesse o suficiente nos mercados para aquisição desse título de bitcoin”.

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Repórter
Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade de São Paulo (USP). Iniciou sua carreira como estagiária de revisão na Editora Ática, local em que atuou depois como revisora freelancer. Já trabalhou para o The Walt Disney World, nos Estados Unidos, em um programa de intercâmbio de estágio, experiência que reforçou sua paixão pela língua inglesa e pela tradução. Estagiou na Edusp, e integra, há um ano, a equipe do Money Times como repórter-tradutora de notícias ligadas a criptomoedas.
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Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade de São Paulo (USP). Iniciou sua carreira como estagiária de revisão na Editora Ática, local em que atuou depois como revisora freelancer. Já trabalhou para o The Walt Disney World, nos Estados Unidos, em um programa de intercâmbio de estágio, experiência que reforçou sua paixão pela língua inglesa e pela tradução. Estagiou na Edusp, e integra, há um ano, a equipe do Money Times como repórter-tradutora de notícias ligadas a criptomoedas.
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