Aprovação de Lula segue tendência de melhora, acompanhada de otimismo do eleitorado, diz CNT/MDA

Os índices de aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu governo oscilaram para cima e seguiram a trajetória de melhora que vinham desenhando, apontou pesquisa CNT/MDA divulgada nesta segunda-feira (8), em meio à melhora das perspectivas do eleitorado para temas como emprego e renda.
As oscilações registradas demonstram tendências, mas ainda dentro da margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.
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“A gente observa uma melhora consistente em todas as áreas avaliadas de junho para setembro, então de fato, a melhora do humor do eleitorado, essa melhoria das percepções sobre essas áreas centrais, pode justificar em parte o aumento da aprovação do presidente, sim”, avaliou o diretor do Instituto MDA, Marcelo Souza.
De acordo com a pesquisa, o governo registrou aprovação positiva de 31% em setembro. Em junho, essa parcela correspondia a 29%, mesmo patamar aferido em fevereiro deste ano pela sondagem.
Os que avaliam negativamente o governo somam 40%, mesma parcela verificada na rodada anterior, de junho. Em fevereiro, eram 44%.
No quesito desempenho pessoal do presidente, a aprovação é de 44%, um avanço de 3 pontos percentuais em relação a junho, quando era de 41%. Em fevereiro, eram 40%. A desaprovação do desempenho de Lula à frente do governo registrou 49% em setembro, saindo de 53% em junho, e de 55% em fevereiro.
Lula segue mais bem avaliado entre as mulheres, os mais velhos, os de menor renda e menor escolaridade. Também tem os melhores índices no Nordeste e entre os católicos.
A pesquisa divulgada nesta segunda-feira traz dados sobre as expectativas do eleitorado. Para 32% dos entrevistados, a situação do emprego vai melhorar no país nos próximos seis meses. Em junho, eram 31%, e em fevereiro eram 30%. Para 28%, ela deve piorar. Em junho, essa fatia do eleitoral equivalia a 27% e em fevereiro, a 32%.
A renda deve aumentar nos próximos seis meses na opinião de 33%, ante 31% em junho e 29% em fevereiro; 13% acreditam que ela vai piorar, os mesmos verificados nas duas rodadas anteriores da pesquisa.
Golpe e tarifas
A sondagem também perguntou o posicionamento dos entrevistados sobre os atos de 8 de janeiro. Segundo 36,1%, eles configuraram uma tentativa de golpe de Estado. Outros 29,5% os avaliaram como um “protesto que saiu do controle”. Para 20%, não passaram de “atos de vandalismo isolados”.
A maior parte dos entrevistados (57,6%) acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro será condenado no julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado de Direito, e 49,6% avaliam que “o justo é Jair Bolsonaro ser condenado”.
Questionados sobre o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros exportados para lá, 28,6% dos entrevistados apontaram o presidente norte-americano, Donald Trump, como o principal causador das tarifas.
O presidente Lula é o principal causador para 20,2%, enquanto o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, é o principal causador para 18%. Outros 16,4% acreditam que o principal causador seja o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator de casos relacionados a Jair Bolsonaro.
A atuação de Eduardo Bolsonaro nos EUA, que vem declaradamente buscando junto a autoridades norte-americanas sanções ao país diante do que considera uma perseguição a seu pai, é mal avaliada pelos entrevistados na pesquisa desta segunda: 46,7% encaram seus movimentos de forma negativa, por considerarem que ele “está defendendo interesses pessoais ou familiares”. Outros 25,6% avaliam a atuação do parlamentar como positiva, “pois pode trazer benefícios para o Brasil”.
A pesquisa foi realizada entre os dias 3 e 6 de setembro, com 2.002 entrevistados, em 140 municípios das 27 unidades federativas.
Eleições 2026
Os números mais positivos sobre o seu governo também impulsionam as possibilidades de Lula nas eleições do ano que vem. Ele lidera cenários eleitorais testados pela pesquisa CNT/MDA, mas a sondagem também aponta uma maioria expressiva a favor de novos nomes na política.
Em cenário estimulado de primeiro turno para a Presidência da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula (PT) tem 36,2%, contra 29,7% do antecessor, a maior vantagem já verificada para Lula desde novembro de 2024. Ciro Gomes (PDT) vem em terceiro, com 9,6%.
O presidente também fica à frente do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). De acordo com o levantamento, neste cenário de 1º turno, Lula teria 35,8%, e Tarcísio, 17,1%. Neste cenário, Ciro Gomes tem 11,6%.
No terceiro cenário levantado, Lula lidera com 37,1%, seguido do filho de Bolsonaro e deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), com 14,6%, e de Ciro Gomes, com 12,3%.
Para um eventual segundo turno, foram testados seis cenários. Quando seu adversário é Bolsonaro, o levantamento registra um crescimento de Lula, que ultrapassa seu antecessor. O petista passa de 41% em junho para 45,7% em setembro. Bolsonaro sai de 44% na rodada anterior para 37,7% agora.
Bolsonaro está inelegível por duas condenações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado de Direito, entre outros crimes.
Quando o adversário de Lula em um eventual segundo turno é o governador de São Paulo, o petista registra 43,9% contra 37,6% de Tarcísio. Em junho, os dois estavam em empate técnico, com Lula registrando 41% e Tarcísio, 40%.
O cenário de um segundo turno entre Lula e Ciro Gomes mostra o petista numericamente à frente, mas os dois em empate técnico, com 39,4% a 36,0%.
Nos outros três cenários, contra os governadores do Paraná, Ratinho Jr (PSD), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União), Lula lidera, com percentuais acima dos 40%.
“Lula avança nas intenções de voto e registra sua melhor performance desde o início das medições de 1º turno. Contudo, é importante ressaltar que há demanda relevante por nomes não ligados nem a Lula e nem a Jair Bolsonaro, o que torna a disputa aberta e imprevisível”, avaliou Marcelo Souza, diretor do Instituto MDA.
A pesquisa aponta, por exemplo, que 79,6% dos entrevistados defendem mais “espaço para novos nomes na política”, enquanto 15,6% defende a manutenção de “políticos mais antigos e conhecidos”.
Também apurou que 34,4% dos entrevistados preferem votar em algum candidato que não seja ligado nem a Lula, e nem a Bolsonaro. Outros 32,5% preferem votar em Lula ou um candidato apoiado por ele, enquanto 28,1% preferem votar em Bolsonaro ou um nome apoiado por ele.