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Arroz: do boom de 2020 ao tombo de 2021, vai ‘sobrar’ para a produção de 2022 e para o consumidor

24 dez 2021, 11:15 - atualizado em 24 dez 2021, 11:15
Arroz, Camil
Produtor reclama dos preços e meio às exportações menores e custos de produção em alta para a nova safra (Imagem: Facebook/Camil)

O arroz está vivendo o caso clássico de uma empolgação de momento, quando se olha o boom de 2020 e as dificuldades neste final de ano. O resumo é produção menor para 2022 e desafios ao consumidor.

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Por falta de análise mais profunda ou porque não tiveram tempo suficiente, os arrozeiros investiram em tecnologia e ganharam em produtividade, na safra 20/21, acreditando que o mercado externo seguiria comprador como foi até dezembro passado.

Mas sabiam que as vendas externas estavam sendo boas porque os grandes produtores mundiais, da Ásia, saíram do mercado para garantir o produto domesticamente, quando a pandemia avançava. Segurança alimentar era a ordem.

Na virada do ano, o cenário sanitário melhorou, os asiáticos folgaram as restrições, e os brasileiros – especialmente os gaúchos, 70% do cereal nacional -, já estavam com a safra cheia a caminho.

Colheram mais e até agora exportaram muito menos.

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No ano comercial passado, marco a fevereiro, embarcaram mais de 1,8 milhão de toneladas. Não deve ultrapassar 1,250 milhão/t neste, baseados em projeções até novembro, a partir de dados da Secex.

Só a produção do Rio Grande do Sul, acima de 8,5 milhões/t, garantida com produtividade de 9 mil kg por hectare – pelos dados do Irga, instituto gaúcho setorial -, ajudou a fazer sobrar o arroz no mercado interno, que também se acomodou e, ainda, foi mais abarrotada com importações do Mercosul e de outros mercados.

Lembra-se da explosão de preços do arroz? O governo, então, conseguiu rebaixar a Tarifa Externa Comum (TEC).

Agora, os produtores estão mal conseguindo vender a saca a R$ 60, contra o mínimo de R$ 80 que a Fedearroz, do RS, calcula que seria o mínimo para cobrir os custos, e chegar ao varejo a R$ 5 o kg, que a entidade enxerga ser viável para o brasileiro.

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E com os custos batendo firme na safra 21/22, plantada, e sem cara de mudanças, os arrozeiros gaúchos acreditam até em 200 mil/ha (na safra passada foram 950 mil/ha no total) a menos de área, com muitos migrando para outras culturas, especialmente a soja.

Fevereiro deverá ficar claro o tamanho das perdas, mas elas virão. Oferta mais curta e preços mais altos na ponta final.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
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