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Quais as ações na Bolsa após rali de 10% valem a pena? Veja as favoritas de 18 analistas para outubro

06 out 2025, 18:07 - atualizado em 06 out 2025, 18:07
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Somando os dois meses, a alta chega a 9,9% em reais e 15% em dólar, superando o desempenho das principais bolsas americanas (Imagem: Getty Images)

Setembro se despede deixando saudades para o investidor. O Ibovespa subiu 3,4% no mês, estendendo o rali iniciado em meados de agosto.

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Somando os dois meses, a alta chega a 9,9% em reais e 15% em dólar, superando o desempenho das principais bolsas americanas.

A principal razão dessa disparada não está no Brasil: o início do corte de juros nos Estados Unidos impulsionou o fluxo para mercados emergentes. Com o país ainda negociando a múltiplos baixos, o resultado foi uma sequência de recordes na B3.

Agora, investidores se perguntam se o Ibovespa já atingiu o topo. O Santander alerta para uma pausa de curto prazo e passou a priorizar papéis defensivos em sua carteira.

Ainda dá tempo?

Algumas casas, no entanto, ainda veem pechinchas na bolsa.

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A Ágora Investimentos calcula que o Ibovespa negocia a 7,2 vezes o lucro projetado para dois anos — bem abaixo da média histórica de 10 vezes. Mesmo com o recorde nominal, o índice segue cerca de 25% abaixo do pico ajustado pela inflação.

O BTG reforça essa visão: após a recente recuperação, as ações brasileiras continuam baratas, negociadas a 9,6 vezes P/L (preço sobre lucro) para os próximos 12 meses, excluindo Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) — e 8,3 vezes incluindo as duas. Esse patamar é um desvio padrão abaixo da média histórica de 11,9 vezes.

Apesar disso, o banco ressalta que, considerando as taxas reais de longo prazo (hoje em 7,5%), o prêmio de risco das ações está em 2,9%, em linha com a média de 3,1%.

“Para que ocorra uma performance positiva adicional, ou as taxas reais de longo prazo precisam cair, ou os lucros devem ser revisados para cima”, afirma o relatório.

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O BTG vê limitação para revisões de lucro no curto prazo, diante da desaceleração econômica esperada. E, para uma queda mais forte das taxas, seria necessária uma melhora nas contas fiscais — algo que, segundo o banco, pode ocorrer apenas no próximo governo.

Eleições: tão longe, tão perto

O cenário político também entra no radar. O BTG lembra que a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu de 39% para 46%, reduzindo a diferença entre aprovação e desaprovação para apenas 3 pontos percentuais — ante 15 pontos há três meses.

A Ágora acrescenta que parte da recente alta da bolsa já reflete o reposicionamento dos investidores diante das eleições de 2026.

“Esse será, sem dúvida, o principal direcionador — e risco — para os próximos trimestres”, diz a corretora.

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Ela também alerta que a tese de bolsa atrelada ao câmbio traz volatilidade adicional. Qualquer reversão do dólar — provocada por conflitos, crises ou eventos inesperados — pode interromper o fluxo para emergentes.

Entre as favoritas dos analistas, há um triplo empate entre Vale, Itaú e Petrobras (PETR4).

Empresa Código Indicações
Vale VALE3 10
Petrobras PETR4 10
Itaú Unibanco ITUB4 10
Prio/PetroRio PRIO3 7
Copel CPLE6 7
Rede D’Or RDOR3 6
Sabesp SBSP3 6
Bradesco BBDC4 6
Direcional DIRR3 6

Vale

A Vale segue bem posicionada, com controle de custos e forte geração de caixa. Analistas esperam novos dividendos extraordinários e redução da dívida líquida para o ponto médio da faixa-alvo (US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões).

A paralisação das obras da Rio Tinto em Simandou, na Guiné, também deve beneficiar a mineradora.

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“Estimamos acréscimo de 15 milhões de toneladas em 2026, o que deve sustentar a resiliência nos preços do minério de ferro”, aponta um relatório.

Itaú Unibanco

Mesmo após alta de 35% no ano, o Itaú segue entre as preferidas.

No Investor Day, o banco reforçou o plano de migrar 75% dos clientes para canais digitais (hoje são 15%), o que deve aumentar a eficiência e reduzir o índice de custo/receita do varejo de 40% para 30% em cinco anos.

A meta é dobrar a carteira de empréstimos de varejo até 2030, com um CAGR (taxa de crescimento anual composto) de cerca de 15%.

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“À medida que o custo de atendimento diminui, o Itaú deve alcançar crescimento sustentável, mantendo altos retornos”, destaca o BTG.

Petrobras: Máquina de dividendos

A Petrobras enfrenta um ambiente global de volatilidade no petróleo, com o Brent devendo permanecer abaixo de US$ 70 por barril.

A Ágora alerta que o aumento de investimentos e possíveis aquisições pode limitar o espaço para dividendos, pilar central da tese da estatal.

Por outro lado, o valuation atrativo e as expectativas de aumento de produção mantêm a tese de investimento interessante.

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“Mesmo com menor espaço para dividendos, a Petrobras ainda oferece uma combinação de preço atrativo e potencial de valorização relevante”, conclui a corretora.

Levantamento

O levantamento do Money Times levou em consideração as informações das carteiras de ações divulgadas por 16 instituições. Para outubro, foram indicadas 66 ações, somando 195 recomendações.

Participaram do levantamento Ágora Investimentos, Andbank, Ativa Investimentos, BB Investimentos, BTG Pactual, Daycoval, Empiricus Research, EQI Investimentos, Itaú BBA, Monte Bravo, Planner, RB Investimentos, Rico, Santander, Safra, Terra Investimentos, Toro Investimentos e XP Investimentos.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É também setorista de setor financeiro. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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