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As ‘criptomoedas de Banco Central’ morreram? O que estudo da Nexa aponta sobre CBDCs

31 out 2025, 7:30 - atualizado em 31 out 2025, 8:57
Stablecoins X CBDCs o duelo de quem será o verdadero 'dólar digital' (Imagem Gemini Pro)
Stablecoins X CBDCs o duelo de quem será o verdadero 'dólar digital' (Imagem Gemini Pro)

O desenvolvimento do mercado de criptomoedas abriu espaço para a tokenização das mais variadas formas, inclusive do dólar. Daí nasceram as stablecoins, as moedas com lastro em ativos do mundo real. Mas a tecnologia blockchain também permitiu o surgimento de moedas virtuais emitidas por Bancos Centrais, as chamadas CBDCs

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Entre 2022 e 2024, diversos BCs mundo afora lançaram seus projetos-pilotos de Central Bank Digital Currencies, entre eles o BC da China (PBoC), o Federal Reserve, dos Estados Unidos, e o do Brasil.

Um estudo feito pela Nexa Finance em outubro deste ano mostrou que o número de países e uniões monetárias explorando CBDCs chegou a 137 em 2025. No entanto, apenas 5 jurisdições avançaram da fase de “Pesquisa” para a de “Desenvolvimento”.

O Drex — como ficou conhecido o projeto-piloto do real digital — era um dos mais promissores até então. Contudo, em setembro deste ano, o BC deixou de lado o uso da blockchain no desenvolvimento do projeto, alegando questões relacionadas à privacidade e segurança das informações on-chain

Se, por um lado, os projetos de CBDCs desaceleraram nos últimos anos, por outro, as stablecoins tiveram um aumento significativo de adoção.

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A pergunta que se faz agora é: chegou o fim da era das CBDCs e o começo da era das stablecoins

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CBDCs X Stablecoins: Cripto contra cripto

Em linhas gerais, as CBDCs nada mais são do que a versão tokenizada de moedas emitidas por Bancos Centrais, enquanto as stablecoins são emitidas por entidades privadas. Nesta reportagem você conhece mais a fundo as diferenças entre uma e outra.

É importante notar que o próprio Banco Central brasileiro já declarou que 90% do fluxo cripto no Brasil é de stablecoins, o que mostra a relevância deste tipo de ativo. 

Para Cauê Duarte, sócio da Nexa Finance, essa mudança se deve a uma preferência do mercado como um todo por stablecoins em detrimento das CBDCs.

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“Nos Estados Unidos, o avanço regulatório foi acompanhado de uma inflexão política: enquanto o governo Trump aprovou o Anti-CBDC Act, proibindo explicitamente o Federal Reserve de lançar uma moeda digital soberana, o Congresso aprovou o Genius Act, criando um marco federal para stablecoins. A mensagem é clara: em vez de competir com o setor privado, o governo optou por regulá-lo e impulsioná-lo”, comenta. 

Duarte entende que o Brasil segue uma trajetória semelhante. “O Banco Central sinalizou que a terceira fase do Drex pode não usar blockchain. A decisão surpreendeu, mas revela maturidade: o BC deve concentrar esforços em regulação e supervisão, enquanto abre espaço para que a iniciativa privada lidere a inovação”.

Stablecoins se moldam às necessidades do cliente

As stablecoins também contam com outra vantagem que é a capacidade de moldarem suas redes para casos de uso específicos. Vale mencionar que o projeto do Drex também pretendia ser um ecossistema mais abrangente e não apenas uma versão em blockchain do real, mas isto é história para outra reportagem.

Voltando alguns passos, as stablecoins originalmente foram pensadas como uma forma de preservar valor on-chain porque estão atreladas a um ativo estável e reconhecido internacionalmente: o dólar. 

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Entretanto, os casos de uso do varejo não ganharam tanta popularidade no Brasil, que já tem soluções como o Pix, por exemplo. Lá fora, onde as transações ainda não são completamente digitalizadas, as stablecoins acabaram se popularizando como meio de troca justamente pela falta de outras soluções.

Mas, por aqui, as stablecoins se voltaram para os institucionais no formato de solução de liquidação de pagamentos e contratos (até mesmo smart contracts, em alguns casos). Moedas atreladas ao real, como o BBRL, do Braza Bank, o BRL1, do consórcio formado pelo Mercado Bitcoin, Foxbit, entre outras, e o BRLV, da Crown, são alguns exemplos.

John Delaney, CEO da empresa de tecnologia financeira Crown, afirmou que a stablecoin BRLV não veio para se somar ao rol de soluções do varejo — ainda que não descarte abrir a negociação para um público amplo —, mas que está focada em soluções para empresas e remessas internacionais. 

Isso fez com que, ainda segundo o estudo da Nexa, o volume mensal negociado em stablecoins superasse os US$ 3,5 trilhões neste ano. Em 2024, o volume total foi de US$ 27 trilhões — enquanto o da Visa foi de US$ 16 trilhões e o da Mastercard, de US$ 9,8 trilhões.

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“Por que a Visa quer começar a liquidar pagamentos em stablecoins agora? Não é porque eles acham mais bonito, é porque é mais barato e eficiente”, comenta.

Com isso, os BCs mundo afora vêm abandonando projetos do gênero e buscam focar na regulação desses entes junto a órgãos como a Receita Federal e a CVM de seus respectivos países. 

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É editor-assistente do Money Times, atua na cobertura de criptomoedas, criptoeconomia e tecnologia para o Crypto Times. Formado em jornalismo pela ECA-USP, graduando em Economia na Unifesp. Foi repórter no Seu Dinheiro, Editora Globo e SpaceMoney.
renan.sousa@moneytimes.com.br
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