AgroTimes

As principais preocupações e o melhor modelo para o futuro do etanol de milho, segundo o Bank of America

23 set 2025, 16:49 - atualizado em 23 set 2025, 16:49
etanol de milho bank of america
(iStock.com/PRImageFactory)

Bank of America (BofA) realizou uma conversa com Kory Melby, consultor agrícola e especialista de etanol de milho no Brasil sobre esse mercado em franca expansão. De acordo os analistas Isabella Simonato, Rogerio Araujo e Julia Zaniolo, Melby se mostra surpreso —  e de certa forma preocupado com o crescimento acelerado da indústria.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As preocupações surgem principalmente pela disponibilidade de biomassa para abastecer as usinas e o mercado comprador para o DDG (Grãos Secos de Destilaria), subproduto usado na alimentação animal essencial para a rentabilidade dos projetos.

O consultor defende que usinas flex, que usam tanto cana-de-açúcar quanto milho como matérias-primas, são o melhor modelo dentro do segmento. “Elas têm menor risco de escassez de biomassa, ao utilizarem o bagaço da cana como fonte energética, e produzem etanol de milho no período de entressafra da cana”, explica.

Mesmo com os desafios, empresas com fonte estratégica de milho, bom acesso à biomassa e localização em regiões que pagam prêmio pelo DDG devem se destacar e liderar a consolidação da indústria.

Os desafios da indústria de etanol de milho

Segundo o BofA, uma grande usina consome cerca de um milhão de toneladas de biomassa por ano. Com isso, o desafio está em desenvolver áreas suficientes de floresta de eucalipto, dentro do tempo necessário, para sustentar a capacidade produtiva planejada.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Já para o DDG, há incertezas se o mercado interno conseguirá absorver todo o subproduto produzido ou se haverá infraestrutura logística suficiente para exportação.

Vale lembrar que a DDG e o milho não competem diretamente como ração animal, mas o DDG concorre com o farelo de soja. “Com o aumento da produção de biodiesel, haverá mais oferta de farelo no mercado, o que pode pressionar os preços do DDG até que o Brasil desenvolva um mercado mais robusto de confinamento de gado”.

Melby salienta que o Brasil ainda carece de infraestrutura logística adequada — especialmente no Arco Norte — para armazenar e exportar o DDG.

A importância da produtividade e a abertura de novos mercados

O especialista acredita que a segunda safra de milho deve crescer via aumento de produtividade para atender a demanda da indústria. Isso acontecerá a partir do uso de mais fertilizantes, sementes mais resistentes e irrigação — e também com a expansão para áreas mais isoladas no Mato Grosso.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“A conversão de áreas de soja para primeira safra de milho no verão só será economicamente viável se a relação de preços soja/milho ficar abaixo de 2x. Hoje, essa relação está em 2,7x. Além disso, será necessária maior capacidade de armazenagem”, explicam. 

Com a expansão dos projetos de etanol para áreas mais distantes do centro produtor de milho e cana-de-açúcar, a rentabilidade depende da captação de prêmios regionais — ou seja, de preços mais altos em regiões onde o etanol do Centro-Sul não chega facilmente.

Somadas essas questões, o Brasil tem potencial para se tornar um dos líderes na produção de SAF (Combustível Sustentável para Aviação). Fora isso, uma redução da tarifa de importação de 50% para algo em torno de 10-20% pode fazer os Estados Unidos se tornar importador de etanol brasileiro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Linkedin
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
Linkedin
Quer ficar por dentro de tudo que acontece no mercado agro?

Editoria do Money Times traz tudo o que é mais importante para o setor de forma 100% gratuita

OBS: Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar