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Assaí pagou caro demais por lojas do Extra, aponta Itaú BBA

15 out 2021, 12:36 - atualizado em 15 out 2021, 13:04
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A corretora destaca que o Assaí está pagando caro demais por cada loja. Ao todo, a rede irá levar 71 empreendimentos (Imagem: Site do Extra .com)

A operação envolvendo a venda da rede de hipermercados Extra do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) para o Assaí (ASAI3) mexe com os mercados nesta sexta-feira (15). 

Por volta das 12h, os papéis do Assaí derretiam 5,8% enquanto o Pão de Açúcar disparava 17,52%. A impressão do investidor, pelo menos a curto prazo, é que a negociação é assimétrica, ou seja, foi melhor para o GPA. 

O Assaí pode ter que desembolsar até R$ 5,1 bilhões para levar os hipermercados. O plano é descontinuar a marca Extra e transformá-la em atacarejo. 

Para o Itaú BBA o fato da minoria acionista não ter participado da transação é negativo.

Além disso, a corretora destaca que o Assaí está pagando caro demais por cada loja. Ao todo, a rede irá levar 71 empreendimentos.

“O Assaí está pagando cerca de R$ 57 milhões por loja e espera comprometer investimentos adicionais de transformação de R$ 35-40 milhões para cada local. Isso soma mais de R$ 100 milhões por loja, em comparação com os cerca de R$ 65 milhões em investimentos que uma nova loja requer atualmente”, aponta. 

Por outro lado, o Itaú afirma que o Assaí escolheu a dedo os ativos que queria adquirir do GPA. 

“Esses locais não são replicáveis, pois eles somam-se a terrenos imobiliários com área média de 6.000 m² em áreas urbanas, estando localizados nas principais regiões brasileiras cidades. Espaços com essas características não estão mais disponíveis no mercado”, aponta.

Pão de Açúcar
O Pão de Açúcar marcou um golaço com a negociação pois está vendendo esses ativos por múltiplos muito mais altos do que sua negociação dos níveis atuais (Imagem: Renan Dantas/Money Times)

E o Pão de Açúcar?

Segundo o BBA, o Pão de Açúcar marcou um golaço com a negociação pois está vendendo esses ativos por múltiplos muito mais altos do que sua negociação dos níveis atuais e encontrou, assim, uma forma financeiramente atraente de sair do negócio de hipermercado.

Além disso, segundo o Itaú, a avaliação parece atraente, a um EV/vendas de 0,6x e a um EV/Ebitda de 19,3x, especialmente levando em consideração que o formato está exposto a um mercado que está sofrendo significativamente e que as empresas pares estão negociando a uma média de 9,5x EV/Ebitda.

Há tempos o Pão de Açúcar tem buscado melhorar os resultados da bandeira de hipermercados Extra, que tem enfrentado forte concorrência de empresas de atacarejo que incluem, além do Assaí, o Atacadão, do grupo Carrefour Brasil (CRFB3).

“Finalmente, esta transação fortalece o balanço da empresa e adiciona impulso ao seu plano de se concentrar na expansão de seus ativos principais (cerca de R$ 1,2 bilhão dos recursos será reinvestido no PCAR)”, completa.

Para a Ágora Investimentos, embora a justificativa para o Assaí adquirir essas lojas pareça sólida – todas estão localizadas em grandes cidades, onde a demanda é alta, mas é difícil abrir lojas greenfield – “é provável que haja algumas dúvidas sobre um negócio que parece quase bom demais para ser verdade para GPA”.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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