Carteira Recomendada

Até mais, Banco do Brasil (BBSA3) e Cosan (CSAN3): BTG faz 5 trocas na sua carteira com 10 ações para março

02 mar 2024, 11:32 - atualizado em 02 mar 2024, 11:35
ações btg
O BTG também removeu Vale (VALE3) devido à queda dos preços do minério de ferro e ao ruído político, substituindo a ação pela Embraer (EMBR3); quais ações comprar? (Imagem: Getty Images)

BTG Pactual (BPAC11) fez 5 mudanças na sua carteira recomendada de ações (10SIM) para março, em que sugere 10 ações para capturar as melhores oportunidades a cada mês.

No setor de serviços financeiros, o banco removeu Banco do Brasil (BBAS3) e Nubank (ROXO34), que dão lugar para B3 (B3SA3) e Itaú (ITUB4).

De acordo com instituição, o Itaú retorna graças às suas promissoras perspectivas de lucro para 2024 (+11% ano a ano). Enquanto B3 entra já que com uma possível retomada dos volumes, a empresa deve ser beneficiar diretamente.

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No varejo, o banco trocou Renner (LREN3) por  Vivara (VIVA3), já que esperam uma melhora gradativa dos resultados ao longo do ano, à medida que as taxas de juros caem e as condições de crédito melhorem.

O BTG também removeu  Vale (VALE3) devido à queda dos preços do minério de ferro e ao ruído político, substituindo a ação pela Embraer (EMBR3), já que enxergam valor em suas divisões de Defesa, Comercial e Aviação Executiva. O programa Reintegra do governo pró-exportação e a arbitragem com a Boeing também podem ajudar.

Por fim, o banco trocou a holding Cosan (CSAN3) pela sua subsidiária Raízen (RAIZ4), (com um desempenho inferior em relação aos pares), recuperando assim a exposição à distribuição de combustíveis e exposição aos aumentos dos preços do etanol.

Entre as ações que permaneceram na carteira, estão: Petrobras (PETR4), Mercado Livre (MELI34), Cyrela (CYRE3), Localiza (RENT3) e Equatorial Energia (EQTL3).

Confira a carteira recomendada com 10 ações para março

Empresa Ticker Setor Peso (%)
Petrobras PETR3 Petróleo & Gás 15%
Mercado Livre MELI34 Varejo 10%
Itaú Unibanco ITUB4 Bancos 10%
B3 B3SA3 Financeiros 10%
Localiza RENT3 Aluguel de carros 10%
Equatorial EQTL3 Serviços básicos 10%
Raízen RAIZ4 Distribuição de combustível 10%
Embraer EMBR3 Bens de captal 5%
Lojas Renner LREN3 Varejo 10%
Cyrela CYRE3 Construção civil 10%

Por dentro das ações selecionadas pelo BTG

Mercado Livre (MELI34)

Ainda vemos uma tendência de crescimento secular para o comércio eletrônico brasileiro nos próximos anos, com um GMV muito maior do que os níveis pré-pandemia, ao contrário de mercados mais maduros.

Nos últimos quatro anos, já ajustamos nossas estimativas de mercado endereçável para refletir os números muito melhores da receita líquida das principais empresas, um legado que agora claramente deve persistir muito tempo após o fim da pandemia (com mais vendedores, tráfego mais forte, melhor sortimento, maior frequência e aumento dos investimentos em nível de serviço).

Mas um custo de financiamento mais alto impedirá que a maioria das empresas mantenha seus ritmos de crescimento dos anos anteriores, possibilitando mais consolidação. Continuamos a ver a MELI como uma vencedora no e-commerce e pagamentos da América Latina. Aos preços atuais, a MELI negocia a 43x P/L 2024 e 31x P/L 2025.

Assim, embora ainda sejamos conservadores com a exposição ao comércio eletrônico no curto prazo (em termos setoriais), graças ao valor de seu ecossistema, vemos a MELI à frente dos pares neste aspecto (CAGR em 4 anos de 31% em USD), com take rates e rentabilidade melhorando, reforçando a empresa como uma das nossas principais escolhas do varejo.

Lojas Renner (LREN3)

Apesar de uma desaceleração nas vendas nos últimos trimestres devido as bases de comparações difíceis e uma perspectiva mais desafiadora para o consumo discricionário, juntamente com a pressão sobre os resultados da Realize devido ao cenário macro adverso, ainda vemos a Renner bem-posicionada para ganhar participação de mercado no fragmentado segmento de varejo de vestuário brasileiro.

Além de uma melhoria gradual na rentabilidade e uma posição líquida de caixa, vemos o negócio de financiamento ao consumidor da Lojas Renner como beneficiário de possíveis cortes nas taxas de juros, justificando a nossa recomendação de COMPRA.

As preocupações estruturais se concentram na concorrência empresas digitais como a Shein, apesar da pressão sobre a tributação das plataformas digitais, e a performance da unidade de negócio da Realize. Mas, aos preços atuais, vemos a empresa negociando a um 13x P/L 2024 e 10x P/L 2025, oferecendo um ponto de entrada atraente.

Itaú Unibanco (ITUB4)

Apesar da forte valorização no ano passado, as ações do Itaú ainda são atrativas. Sob a liderança de Milton Maluhy, o banco vem passando pela transformação digital mais efetiva entre os bancos incumbentes, o que acreditamos que permitirá ampliar a sustentabilidade no ROE em comparação com os pares.

Além disso, no início de fevereiro, o banco reportou um quarto trimestre melhor do que o esperado, um dividendo extraordinário de R$11 bilhões (yield de 3%) e um guidance sólido.

As premissas fornecidas pelo Itaú sugerem um lucro líquido de R$40 bilhões (+12% a/a) em 2024 e, talvez mais importante, um crescimento lucro antes dos impostos, que vemos como um melhor indicador do momento dos resultados de 16%, o que, se entregue, significa um efeito de carrego atraente para 2025 também.

Raízen (RAIZ4)

Estamos adicionando a RAIZ ao nosso portfólio 10SIM. A ação oferece uma combinação atrativa de (i) a recuperação dos yields da cana e a melhoria das perspectivas para os preços do açúcar e etanol, (ii) a manutenção de margens maiores na distribuição de combustíveis, (iii) a potencial de desalavancagem à medida que o pico do ciclo de capex se aproxima; e (iv) capacidade de execução do E2G, à medida que os projetos começam a se concretizar. ,

Com as ações da RAIZ performando abaixo dos seus pares em cerca de 20% desde o início do ano, vemos um ponto de entrada atrativo para a ação, que é negociada a um múltiplo EV/EBITDA atrativo de 4,1x para o ano fiscal de 2025.

Embraer (EMBR3)

A Embraer revelou suas entregas do quarto trimestre, que ficaram um pouco abaixo das nossas estimativas e do guidance para 2023. Em uma nota positiva, o backlog foi robusto novamente, colocando o backlog de pedidos firmes no seu nível mais alto desde 2018. Apesar de não atingir a extremidade inferior do guidance, esperamos que o foco do mercado seja o forte desempenho financeiro da empresa no quarto trimestre, a geração de caixa e a divulgação do guidance para 2024.

Além disso, vemos novos desenvolvimentos importantes na divisão de Defesa, como o anúncio de memorando com a Mahindra, que poderia levar a um pedido adicional de 40-80 aeronaves KC-390 Millennium.

Além disso, ainda vemos a Embraer bem-posicionada no mercado de aviação e acreditamos que a empresa oferece uma exposição interessante à indústria de aviação em recuperação, permanecendo assim uma tese de valor (crescimento do eVTOL, cibersegurança e outras parcerias). Negociando a 8x EV/EBITDA 24, vemos a Embraer como uma boa opção e com um sólido momento de resultados.

B3 (B3SA3)

No início desta semana, em um relatório recentemente publicado, sinalizamos que, apesar do início de ano mais fracos para os volumes, o valuation da B3 está começando a parecer atrativo após a recente queda das ações.

É naturalmente muito difícil prever o momento exato, mas a combinação de expectativas pessimistas e um posicionamento reduzido (uma pesquisa recente que fizemos com clientes mostrou a B3 como um dos nomes mais “vendidos”) poderia significar espaço para as ações valorizarem, pois geralmente a companhia é vista como uma maneira muito direta e altamente líquida de se expor ao beta do Brasil em caso de melhorias no apetite ao risco do mercado.

Localiza (RENT3)

A Localiza é um nome de alta qualidade e oferece uma relação risco-retorno interessante hoje, pois deve se beneficiar de um normalização gradual do mercado automotivo e de uma taxa de juros de longo prazo menor, auxiliando o processo de renovação da frota da Localiza com condições de compra melhoradas.

No curto prazo, antecipamos um resultado razoável para o 4º trimestre, refletindo uma sazonalidade mais favorável, demanda mais forte e tarifas resilientes, apesar da ainda alta depreciação e a margem menor em Seminovos.

No entanto, à medida que a Localiza renova a sua frota, acreditamos que há espaço para a depreciação diminuir (mesmo assumindo que não volte ao patamar pré-pandemia), impulsionada por preços menores de aquisição de carros.

No geral, negociando a 15x P/L24 (vs. média histórica de 22x), vemos espaço para expansão de múltiplos, especialmente após a recente queda (-13% no acumulado do ano).

Petrobras (PETR4)

Apesar do recente fluxo de notícias negativas, mantemos nossa visão positiva sobre a Petrobras e esperamos que a empresa continue superando seus pares em 2024.

Nossa tese de investimento é baseada em quatro pilares principais, que acreditamos ainda estarem em vigor: (i) nossa convicção de que as estimativas do mercado para produção, preços do petróleo e capex são conservadoras, potencialmente provocando revisões positivos dos lucros nos próximos trimestres; (ii) uma estratégia pragmática do acionista controlador, já que as distribuições de dividendos poderiam reforçar as receitas do governo; (iii) a ausência de grandes fusões e aquisições que poderiam prejudicar as distribuições de caixa; e (iv) mecanismos robustos de governança corporativa.

Permanecemos confiantes em robustos pagamentos, já que um cenário de não distribuição de proventos resultaria em uma posição maior de caixa nos próximos anos (o que contradiz as premissas de pragmatismo do governo e processos graduais de fusões e aquisições). Com a ação negociando a um atrativo yield de fluxo de caixa para o acionista de 16% em 2024 (vs ~12% dos pares globais), temos uma recomendação de COMPRA!

Cyrela (CYRE3)

A empresa tem entregado resultados operacionais sólidos e consistentemente durante 2023 (crescimento de lançamentos e vendas, margens resilientes, etc.), embora o cenário macroeconômico não tenha sido favorável para o segmento de habitação de média/alta renda (taxas de juros altas, acessibilidade mais fraca, etc.).

A Cyrela possui um forte momento de resultados, enquanto a ação está sendo negociada a um valuation atrativo (1,2x P/VP ou ~7x P/L 24E).

Além disso, com um cenário mais positivo pela frente (as taxas de Selic e de juros de longo prazo podem diminuir em 2024), os bancos poderiam facilitar as condições das taxas de hipoteca para os compradores de imóveis (melhoria na acessibilidade) e a Cyrela poderia se beneficiar tanto de um melhor momento em suas operações + rentabilidade (velocidade de vendas mais forte, crescimento de lançamentos, etc.) enquanto a ação é impulsionada para taxas de juros de longo prazo menores (nome de alta beta). Portanto, estamos mantendo a Cyrela em nosso portfólio 10SIM.

Equatorial (EQTL3)

Apesar de seu bom desempenho em 2023, a Equatorial ainda oferece uma TIR real de 10,5%, um prêmio de 485 pontos base em relação aos títulos do tesouro de 10 anos do Brasil (vs. média histórica de equity risk premium de 404 pontos base), uma das razões pelas quais gostamos do nome.

A empresa oferece um bom carrego com oportunidades de crescimento decentes pela frente, bem como diversificação, pois opera principalmente no setor de distribuição, mas também está presente nos segmentos de energias renováveis e saneamento.

Além disso, esperamos resultados muito fortes para o 4º trimestre, já que a empresa já publicou sua prévia operacional do 4º trimestre com um crescimento de 9,5% a/a nos volumes faturados devido ao clima quente, combinado com a melhoria nas perdas de energia.

Quanto ao processo de renovação das concessões de distribuição, o ruído político está aumentando, mas vemos as chances do projeto de lei #4831/23 como muito baixas e permanecemos otimistas sobre uma renovação não onerosa. As distribuidoras têm poder de barganha e, se a proposta não fizer sentido, podem optar por não renovar, o que poderia causar interrupções significativas para o governo e o sistema energético do Brasil.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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