AgroTimes

Atrasos, clima e preços: Os rumos da soja e do milho na metade do ciclo 2023/2024

07 mar 2024, 11:10 - atualizado em 07 mar 2024, 14:26
milho soja
Um dos problemas para o atual ciclo, principalmente para o milho, fica por conta dos baixos níveis de comercialização (Montagem: Canva/MoneyTimes)

As colheitas do ciclo 2023/2024 de soja e milho seguem a todo vapor, com as lavouras colhidas girando em torno de 45% e 50% no Brasil, respectivamente.

A temporada tem sido marcada por uma queda nos preços, fator que segue como uma das principais preocupações do produtor rural na atual temporada.

O Agro Times ouviu alguns especialistas de mercado, que falaram sobre os rumos das culturas após a safra caminhar para a metade.

  • MONEY PICKS – UMA ANÁLISE 360º DO MERCADO: O Money Times analisou 20 carteiras recomendadas para descobrir onde estão as melhores oportunidades de investimento para março, segundo as maiores casas de análise e bancos do país. Confira o material completo gratuitamente aqui.

A soja no ciclo 2023/2024

Luiz Fernando Gutierrez, analista de soja na Safras & Mercado, destaca que os principais problemas para a oleaginosa seguem por conta dos preços mais baixos para o produtor.

“Não vemos nenhum grande fator para mudar essa trajetória de preços no Brasil e na bolsa de Chicago neste primeiro semestre. Talvez no segundo semestre a gente tenha um ambiente um pouco mais positivo. Isso mudaria agora caso houvesse uma piora muito grande para a safra na Argentina, uma colheita do Brasil menor que o esperado ou menor intenção de plantio nos EUA, mas não acredito que isso deva acontecer”, avalia.

Gutierrez comenta a possiblidade no segundo semestre de uma recuperação dos preços dos prêmios da soja pela provável disputa entre exportação e mercado interno.

Preços em Chicago

A partir de abril, o mercado da soja, que segue com suas atenções voltadas para as safras da Argentina e do Brasil, deve voltar seus “olhos” para a nova safra dos Estados Unidos, com a tendência de uma maior área, o que tende a pressionar os preços em Chicago.

“No primeiro semestre, o ambiente está mais claro. Mais para frente, com o avanço da safra nos EUA, o clima entrará no foco e, se houver impactos negativos, o mercado deve reagir de forma positiva, mas é cedo para entender o que deve ocorrer, ainda que os mapas apontem para um bom clima entre maio e setembro no país”, diz.

O milho na safra 2023/2024

Felipe Sawaia, analista de mercado na StoneX, destaca que a maior parte dos desafios, pelo menos em termos de trabalho no campo para o milho verão, ficaram para trás.

“Temos um número consolidado de 25,9 milhões de toneladas e os problemas da safra parecem ter passados no quesito trabalhos no campo. Tivemos a seca no final de 2023 que gerou queda de produtividade, mas agora, em 2024, o clima tem sido bom, com bons acumulados em todas as regiões”, explica.

Por outro lado, o problema fica por conta dos níveis de comercialização. “Apenas 20% do milho verão foram comercializados, sendo que para essa época do ano o ‘normal’ gira em torno de 40%. Isso ocorre por conta dos preços mais fracos, então o produtor tem segurado as vendas na esperança de conseguir melhores valores”, pontua.

O cenário para o milho safrinha e preços na CBOT

Na avaliação da StoneX, 76% das lavouras de milho safrinha no Brasil já foram plantadas. Com isso, o ciclo da cultura está mais suscetível aos impactos, como estiagem e fortes chuvas. Para o milho safrinha, a comercialização está em 15%, contra uma média histórica de 30%.

“Por enquanto, as condições climáticas estão boas, com nenhuma região sofrendo com seca, mas é algo que precisa ser monitorado dia após dia, até a colheita que deve ocorrer daqui dois ou três meses”, diz.

No mesmo período do ano passado, os preços do grão giravam em torno US$ 6,80-6,90 na bolsa de Chicago. Hoje, eles estão em US$ 4,20, uma queda de quase 40%.

“Esse é um recuo muito significativo, e o que tem mais pesado sobre os preços fica por conta da safra da Argentina, que será bem mais robusta que a do ano passado, e as exportações dos EUA, que estão bem abaixo da média dos últimos anos, com uma demanda externa pelo grão norte-americano bem fraca, com a China comprando menos. São esses os principais fatores que mexem com os preços, que seguem com pressão de baixa“, finaliza.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
Linkedin
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.