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Aura Minerals (AURA33): Dois ‘atos’ que fizeram a XP rebaixar a ação

03 mar 2022, 16:07 - atualizado em 03 mar 2022, 16:19
Ouro Aura Minerals
Segundo a XP, os investidores questionam se a Aura cumprirá com o crescimento prometido de longo prazo. (Imagem: Reprodução/Aura Minerals)

A XP Investimentos cortou a recomendação da Aura Minerals (AURA33) para neutra, bem como o preço-alvo por BDR (Brazilian Depositary Receipt, certificado emitido no Brasil que possui como lastro uma ação emitida no exterior), de R$ 95 para R$ 50.

Dois “atos” fizeram a corretora revisar as estimativas para baixo:

  • Uso de uma nova metodologia, baseada apenas no desconto das reservas mais recentes da companhia nos fluxos de caixa, precificando-as como 1,25 vez VPL (valor presente líquido);
  • Risco que surgiu em Honduras.

Dentro da nova metodologia, a XP considera 87% dos recursos como reservas (relação reservas/recursos atuais do projeto Almas). Também foram incluídos os resultados financeiros recentes, com tendência de aumento de custos, fim do projeto Gold Road e informações sobre o projeto de Matupá.

A XP lembra que as ações da Aura, em dólares, apresentaram desempenho inferior ao do ouro nos últimos meses, muito por consequência do fluxo de notícias negativas envolvendo a empresa.

Segundo a XP, os investidores estão questionando se a empresa cumprirá com o crescimento prometido de longo prazo e quão arriscada é a América Latina para as mineradoras.

Riscos para mina de San Andrés

Os riscos para a Aura cresceram após o Ministério de Minas e Energia de Honduras comunicar o cancelamento de aprovações de licenças de exploração extrativistas e declarar o território hondurenho livre de atividades de mineração a céu aberto.

A Honduras, região onde a Aura opera a mina de San Andrés, também decidiu proceder com a revisão, suspensão e cancelamento de licenças ambientais, permissões e concessões, mediante aprovação de disposição de moratória mineira para exploração e extração metálica e não metálica. O país decidiu que áreas de alto valor ecológico serão ocupadas pelo governo para garantir sua conservação.

Apesar do comunicado não ter valor legal, ele mostra que o governo hondurenho tem intenções negativas em relação à indústria de mineração no país, afirma a XP.

Analistas veem como baixas as chances de desapropriação das operações da Aura ou até a paralisação completa da produção em Honduras. Eles destacam, no entanto, que o governo do país tem meios de causar impacto sem encerrar as atividades das mineradoras.

“Existem ferramentas alternativas que o governo pode usar para impactar negativamente o setor de mineração sem fechá-lo, como aumentar os royalties da mineração e o imposto de renda ou até mesmo dificultar a aprovação ou renovação das licenças ambientais necessárias para operar no país”, dizem Andre Vidal, Victor Burke e Thales Carmo, em relatório divulgado nesta quinta-feira (3).

A XP afirma que, com o fim do Gold Road, a Aura está totalmente exposta à América Latina, e investidores devem começar a precificar cada vez mais esses riscos de incerteza nas ações.

Possibilidade de uma nova revisão

A XP não descarta a possibilidade de revisitar o preço-alvo se a produção da Aura indicar que baterá o guidance (produção de 269 mil onças equivalentes de ouro [GEO] em 2021 para cerca de 440 mil GEO em 2024) e os riscos em Honduras desaparecerem.

“Se as incertezas que a empresa enfrenta atualmente desaparecerem sem nenhuma consequência negativa importante, vemos potencial de alta adicional”, comentam Vidal, Burke e Carmo.

“Vemos potencial para revisitar nosso preço-alvo e incorporar um multiplicador de VPL maior à medida que a empresa sobe de uma pequena empresa de mineração para uma empresa de mineração de nível médio”.

Os analistas ainda estão confiantes com a capacidade da Aura de aumentar sua produção e reservas, dado o seu “sólido histórico operacional”.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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