Auren (AURE3) dispara mais de 13% mesmo após reportar queda no lucro; o que está por trás da alta das ações?

As ações da Auren Energia (AURE3) operam entre as maiores altas do Ibovespa (IBOV) nesta quinta-feira (8), surfando na onda do apetite ao risco no mercado doméstico e a reação ao balanço do primeiro trimestre de 2025 (1T25).
Por volta de 11h30 (horário de Brasília), AURE3 subia 11,61%, a R$ 9,71. Na máxima intradia, a ação da companhia elétrica atingiu alta de 13,68% e acumula mais de 11% de valorização no ano. Acompanhe o Tempo Real.
A companhia teve um lucro líquido de R$ 54 milhões no 1T25, 64,3% menor em relação ao mesmo período do ano passado.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado pró-forma da elétrica totalizou R$1,2 bilhão nos primeiros três meses do ano, crescimento de 65,7% no comparativo anual.
Do total do Ebitda, R$1,1 bilhão foi resultado do segmento de geração, que cresceu 50% ano a ano, impulsionado principalmente pelo maior volume de energia produzida.
A Auren também destacou esforços para redução da alavancagem, que caiu para 5 vezes a relação da dívida líquida sobre Ebitda no final de março, contra 5,7 vezes no mesmo período do ano passado.
- Confira os números em detalhes: Auren (AURE3) tem lucro líquido 64% menor no 1T25, em R$54 milhões
Por que AURE3 opera em forte alta?
Apesar da queda no lucro líquido no 1T25, os analistas avaliam que os resultados operacionais da companhia elétrica foram fortes e acima das expectativas, com destaque para o crescimento do Ebitda e a redução do nível de endividamento.
Para a XP, os números superaram as projeções. O Ebitda ajustado, por exemplo, ficou 22% acima das estimativas da corretora.
A Auren também reportou números positivos de geração eólica no período, refletindo a melhoria na disponibilidade dos ativos incorporados como parte de sua estratégia, na visão dos analistas Vladimir Pinto e Bruno Vidal.
Já o Citi destacou a fusão entre a Auren e a AES Brasil. “Apesar da escala da transação e dos potenciais ganhos de sinergia (que ainda não foram concretizados), a reação dos investidores ao negócio tem sido relativamente discreta”, escreveram os analistas João Pimentel e Felipe Lenza em relatório.
Segundo a companhia, a conclusão da combinação de negócios deve acontecer até o segundo semestre deste ano. A operação movimentou R$ 7 bilhões e tornou a Auren a terceira maior geradora de energia do país, com uma capacidade instalada total de 8,8 GW.
É hora de comprar as ações?
Os analistas reiteraram a recomendação de compra para as ações AURE3 após o balanço do 1T25.
O BTG Pactual considera que a Auren segue como oportunidade atrativa em cenário de juros elevados. O banco tem preço-alvo de R$ 13,50 — o que representa um potencial de valorização de 55,2% sobre o preço de fechamento anterior, na última quarta-feira (7).
O Citi, que tem recomendação de compra, atualizou as estimativas e cortou o preço-alvo de R$ 14,50 para R$ 11 — o que ainda representa um potencial de valorização de 26,5% sobre o preço da véspera (7).
Nas contas do banco, as ações da elétrica estão sendo negociadas a uma TIR (taxa interna de retorno) implícita “mais atrativa” de 12,4%. “Continuamos a apreciar o sólido histórico de execução da empresa e acreditamos que a equipe de gestão está bem posicionada para cumprir sua estratégia de recuperação”, afirmaram os analistas em relatório.
Além disso, o “alto perfil de alavancagem da Auren a torna efetivamente uma das melhores apostas macroeconômicas do setor: com cerca de dois terços de seu valor empresarial composto por dívida, o preço das ações deve se beneficiar significativamente de qualquer potencial queda nas taxas de juros”, acrescentaram.
A XP tem preço-alvo de R$ 13,30, representando um possível salto de 52,9%.
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