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Azul (AZUL4) avalia recuperação judicial nos EUA, diz site; ação já encosta nos centavos

15 maio 2025, 18:16 - atualizado em 16 maio 2025, 9:31
Azul
Ao todo, a dívida que vence em 28 de maio é de US$ 10,37 milhões

Uma recuperação judicial, conhecida como Chaper 11, está no radar da Azul (AZUL4), companhia que sofre baque após os resultados do primeiro trimestre, segundo o Pipeline.

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A ação subia forte na parte da manhã, porém virou para queda por volta das 14h e fechou com recuo de 5%. Com isso, já se aproxima do R$ 1, a R$ 1,14.

De acordo com o site, a Azul está sendo assessorada pelos escritórios Davis Polk e Pinheiro Neto para buscar novo funding e reestruturar a dívida com credores e não descarta fazer isso por meio de um processo de recuperação judicial.

Suas concorrentes, Gol (GOLL4) e Latam, já recorreram ao mecanismo, que protege a companhia de credores.

O site recorda que a companhia encerrou o primeiro trimestre com R$ 655 milhões em caixa, com uma liquidez, incluindo recebíveis, de R$ 2,4 bilhões.

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Ao todo, a dívida que vence em 28 de maio é de US$ 10,37 milhões.

Além disso, o Pipeline disse que a companhia espera a aprovação do governo para acessar recursos do Fundo de Garantia à Exportação, que pode chegar a US$ 200 milhões, nas próximas semanas.

Procurada, a Azul informou que “está constantemente avaliando oportunidades para melhorar a liquidez e sua estrutura de capital, sem nunca deixar de honrar seus compromissos e a qualidade dos seus serviços e atendimento aos clientes, respeitando sempre toda legislação vigente.”

Resultados frustrantes da Azul

A Azul reportou lucro líquido de R$ 783,1 milhões, uma reversão do prejuízo de R$ 1,1 bilhão registrado no mesmo período do ano passado.

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Na linha ajustada, no entanto, a companhia aérea viu o prejuízo crescer 460,4%, atingindo -R$ 1,8 bilhão no período de janeiro a março deste ano.

Para o Goldman Sachs, os números da Azul vieram abaixo das estimativas do banco. Os analistas também mencionaram que as despesas foram significativamente maiores em relação aos trimestres anteriores.

Eles ainda destacaram a queda trimestral da liquidez imediata de R$ 3,1 bilhões para R$ 2,3 bilhões, um aumento de 15,7% na comparação com o quarto trimestre de 2024, representando cerca de 12% das receitas nos últimos 12 meses.

Empresa vai buscar capital

Em teleconferência após resultados, o diretor financeiro, Alexandre Malfitani, afirmou que a companhia vai buscar mais capital para reforçar sua posição financeira.

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“Faria sentido para nós trazer capital adicional, mas vamos encontrar o momento certo para isso”, afirmou em conferência após a divulgação dos resultados de primeiro trimestre da empresa.

Um dos fatores que provocou uma liquidação na bolsa foi, justamente, o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, em mais um avanço no processo de reestruturação financeira.

A operação levantou R$ 1,66 bilhãocom a emissão 464 milhões de novas ações. O novo capital social da companhia aérea passará a ser de R$ 7,13 bilhões.

“Apenas R$ 48 milhões foram subscritos, o que significa que a Azul continuará carregando aproximadamente US$ 100 milhões em dívidas que exigem uma emissão de capital de US$ 200 milhões ou mais para uma nova equitização (troca de dívida por ações)”, ponderam os analistas do Bradesco BBI.

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Notícia de recuperação judicial não é de agora

Em agosto de 2024, notícias de que a companhia poderia entrar em recuperação judicial pipocaram.

Como resultado, as ações da Azul chegaram a cair mais de 25% em um único dia, refletindo a preocupação do mercado.

Em resposta, o CEO da Azul, John Rodgerson, negou veementemente que a empresa estivesse considerando a recuperação judicial como opção, afirmando que esse não era o plano da companhia nem de seus parceiros.

Para enfrentar a crise, a Azul optou por uma reestruturação financeira fora do âmbito judicial.

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Em outubro de 2024, a empresa anunciou um acordo com mais de 90% de seus credores, incluindo arrendadores de aeronaves e fabricantes de equipamentos, que envolveu a troca de aproximadamente R$ 3 bilhões em dívidas por ações preferenciais da companhia.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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