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Azul (AZUL4) oscila após pedido de Chapter 11 — e ações devem se despedir do Ibovespa em breve

28 maio 2025, 12:45 - atualizado em 28 maio 2025, 17:35
Azul
Ações da Azul oscilam em reação ao pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos (Imagem: iStock/Tarcisio Schnaider)

O mercado não parece ter se abalado pelo pedido de recuperação judicial (Chapter 11) da Azul (AZUL4). Apesar de ter começado o pregão em queda, por volta de 12h05 (horário de Brasília), as ações da aérea subiam 0,94%, a R$ 1,08.

Na mínima do dia, AZUL4 recuou 12,15%, a R$ 0,94. A ação encerrou com queda de 3,74%, a R$ 1,03. Acompanhe o tempo real.



Vale lembrar que as ações devem deixar o Ibovespa (IBOV) por conta do pedido, seguindo regras da B3.

A Azul já firmou os chamados acordos de apoio à reestruturação com seus principais parceiros financeiros, como seu maior arrendador de aeronaves, a AerCap, e as companhias aéreas United e American Airlines.

Os acordos, como mencionado, incluem um compromisso de aproximadamente US$ 1,6 bilhão em financiamento ao longo do processo e a eliminação de US$ 2 bilhões de dívida, além de até US$ 950 milhões em financiamento adicional garantido em equity na conclusão do processo.

A Azul aponta que esse compromisso de financiamento pagará parte da dívida existente e irá fornecer aproximadamente US$ 670 milhões de capital novo para reforçar a liquidez durante e após o processo.

Na avaliação de Ricardo França, da Ágora Investimentos, a medida pode resolver os problemas de liquidez da Azul, mas a eliminação de US$ 2 bilhões em dívidas provavelmente resultará em maior diluição do patrimônio líquido, o que tende a manter as ações pressionadas e em destaque entre os nomes de posições vendidas.

“Além disso, tal como aconteceu com GOLL4, a AZUL4 deve ser retirada do Ibovespa imediatamente, seguindo os critérios de elegibilidade da B3, o que pode adicionar mais fluxo de desmonte de posições passivas”, pondera o analista.

Azul defende que seu processo de Chapter 11 é diferente

A Azul defende que seu caso é “diferente de qualquer outra reestruturação de companhias aéreas da região”, em referência aos processos que correm na América Latina.

O motivo seria a entrada no processo com os acordos já firmados com diversos de seus parceiros. Conforme o comunicado divulgado ao mercado nesta quarta (28), a aérea iniciou um processo de reestruturação pré-acordada para viabilizar acordos que envolvem aproximadamente US$ 1,6 bilhão em financiamento DIP (debtor-in-possession).

O DIP é uma modalidade de crédito específica para empresas em processo de recuperação judicial, que visa fornecer os recursos financeiros necessários para que a empresa opere e atinja seu objetivo. No caso da Azul, a busca é pela redução da dívida e melhorar a estrutura financeira.

Por fim, a Azul defende que já entrou no processo preparada para passar por ele e com um plano de como encerrá-lo.

De acordo com fontes a par do assunto, devido à entrada já estruturada, a expectativa não é de que o processo se alongue, podendo se encerrar em um ano.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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