Azul (AZUL4) responde se negocia US$ 600 milhões com credores

A Azul (AZUL4) negou que tenha formalizado instrumento sobre qualquer transação ou estratégia financeira, informou em comunicado enviado ao mercado nesta sexta-feira (23).
“A Azul continua empenhada em fortalecer a sua estrutura de capital e que tem conduzido, no âmbito de sua agenda estratégica de criação de valor de longo prazo, de forma recorrente e diligente, em conjunto com os seus principais stakeholders”, disse ainda no documento.
Na última quarta, o Valor Econômico noticiou que a empresa está em negociações avançadas com potenciais credores, buscando reunir um financiamento de aproximadamente US$ 600 milhões para apoiá-la durante eventual processo de recuperação judicial.
- VEJA MAIS: Após máxima histórica, analistas do BTG Pactual defendem que o Ibovespa ainda pode saltar até 8% – quais ações estão preparadas para aproveitar esse cenário?
A operação pode ser anunciada já na semana que vem, informou a Bloomberg.
Segundo a agência de notícias, a companhia aérea está considerando algumas possibilidades para se reestruturar, incluindo o “Chapter 11”, instrumento que funciona como uma recuperação judicial nos Estados Unidos.
Desde a semana passada, o mercado especula sobre uma possível RJ.
Suas concorrentes, Gol (GOLL4) e Latam, já recorreram ao mecanismo, que protege a companhia de credores.
Corte do rating da Azul
Na última terça, a S&P cortou rating da companhia aérea de CCC+ para CCC-.
Segundo a agência de classificação de risco, a área brasileira possui ‘risco elevado de inadimplência’. A perspectiva é negativa.
Com isso, a companhia está apenas dois degraus acima do D, que significa default (calote).
O corte piora a situação da companhia, já que um rating baixo indica mais risco, o que leva investidores a exigirem juros mais altos.
“A empresa enfrenta saídas de caixa materiais relacionadas a altas despesas financeiras e de arrendamento, e acreditamos que o acesso a financiamento adicional esteja altamente restrito após duas reestruturações de dívida nos últimos anos”.
A agência recorda que o caixa e os investimentos líquidos da Azul somavam aproximadamente R$ 655 milhões.
Embora os vencimentos de dívida da Azul não sejam tão grandes — totalizando cerca de R$ 730 milhões nos próximos 12 meses —, a S&P diz que as obrigações da empresa relacionadas a pagamentos de arrendamento operacional, despesas com juros, capital de giro e despesas de capital (capex) são consideráveis.
“Estimamos que essas necessidades sejam de R$ 7,4 bilhões a R$ 7,8 bilhões no mesmo período”.
Desde o início do ano, a Azul captou R$ 3 bilhões por meio de novas notas superprioritárias durante sua reestruturação de dívida, mas ainda assim teve queima de caixa de quase R$ 750 milhões no primeiro trimestre.