Empresas

Azul (AZUL4) tenta barrar interrupção em fornecimento de combustível pela Raízen (RAIZ4)

23 jun 2025, 11:32 - atualizado em 23 jun 2025, 13:21
azul azul4
A Azul fez um pedido à Justiça dos Estados Unidos para impedir a suspensão no fornecimento de combustível (Imagem: Facebook/Azul Linhas Aéreas Brasileiras)

A Azul (AZUL4) fez no domingo (22) um pedido à Justiça dos Estados Unidos, onde corre sua recuperação judicial, para impedir a suspensão no fornecimento de combustível pela Raízen (RAIZ4), segundo documento judicial.

Em correspondência de 18 de junho, a Raízen, uma das maiores distribuidoras de combustível de aviação do Brasil, informou à Azul que o agente fiduciário da 12ª emissão de debêntures da companhia aérea, Vórtx, comunicou que a empresa estava inadimplente no pagamento de amortização e remuneração do título desde 12 de junho.

“Assim, a Raízen…solicita manifestação da Azul com urgência sobre eventual saneamento do inadimplemento e em tempo hábil para evitar a suspensão do fornecimento, diante do prazo de três dias úteis que a Raízen possui para implementação do mecanismo de ‘Stop Supply'”, afirmou a distribuidora de combustível na correspondência anexada pela Azul e entregue à Justiça dos EUA.

A Azul afirmou no pedido à Justiça norte-americana que a ação da Vórtx é “ilegal” e que a interrupção no fornecimento de combustível, se realizada, “coloca em risco a capacidade da Azul de se reorganizar de maneira bem-sucedida sob a recuperação judicial”.

“A ação do agente fiduciário representa uma violação dos termos da recuperação judicial”, afirma a Azul.

Representantes da companhia aérea e da Vórtx não comentaram o assunto de imediato. A Raízen afirmou que não vai se manifestar.

Segundo a Azul, a Raízen, uma joint-venture entre a Shell e o grupo Cosan, é responsável por cerca de 68% das necessidades de combustível da companhia aérea em rotas domésticas e a infraestrutura dela “se espalha por dezenas de aeroportos onde não há alternativas viáveis”.

A companhia aérea afirma ainda que mesmo uma breve interrupção no fornecimento causaria uma “cascata de eventos de voos cancelados, aeronaves em terra e prejuízo reputacional irreparável”.

“Essa petição busca proteger o contrato da Azul com a Raízen contra interferências de terceiros sob a ‘suspensão automática’ concedida pelo Tribunal no âmbito da proteção do Chapter 11. A expectativa é que a petição seja analisada ainda hoje”, diz a companhia aérea.

Chapter 11 da Azul

No fim de maio, a Azul anunciou a entrada no Chapter 11, com os acordos já firmados com diversos de seus parceiros. A aérea iniciou um processo de reestruturação pré-acordada para viabilizar acordos que envolvem aproximadamente US$ 1,6 bilhão em financiamento DIP (debtor-in-possession).

O DIP é uma modalidade de crédito específica para empresas em processo de recuperação judicial, que visa fornecer os recursos financeiros necessários para que a empresa opere e atinja seu objetivo. No caso da Azul, a busca é pela redução da dívida e melhorar a estrutura financeira.

A Azul aponta que esse compromisso de financiamento pagará parte da dívida existente e irá fornecer aproximadamente US$ 670 milhões de capital novo para reforçar a liquidez durante e após o processo.

A companhia passou pela sua “Audiência Inicial” e recebeu todas as aprovações judiciais para suas petições de “Primeiro Dia” relacionadas ao pedido de Chapter 11.

Entre outras medidas, o Tribunal concedeu aprovação para que a Azul tenha acesso imediato a US$ 250 milhões de seu financiamento DIP de US$ 1,6 bilhão.

A expectativa é que a Azul deixe o processo até o início de 2026.

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Linkedin
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
Linkedin
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual – toda semana, com curadoria do Money Picks

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar