Comprar ou vender?

B2W está de volta ao jogo na disputa com Magazine Luiza, Via e Mercado Livre

10 maio 2021, 14:51 - atualizado em 10 maio 2021, 16:41
Alta do GMV, importante indicador para o e-commerce, coloca a B2W de volta na briga (Imagem: Instagram/B2W)

Os números do primeiro trimestre da B2W (BTOW3) agradaram analistas, não muito pelas cifras em si, já que a empresa amargou prejuízo, mas pelas perspectivas futuras. A varejista pretende unir forças com a sua controladora, Lojas Americanas (LAME4), para entrar com tudo na disputa pelo e-commerce brasileiro.

Segundo os analistas Richard Cathcart e José Cataldo, da Ágora Investimentos, o crescimento de Volume Bruto de Mercadorias, GMV na sigla em inglês, para 90% colocou a gigante em linha com os concorrentes – Mercado Livre com + 92% e Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VVAR3) provavelmente um pouco acima de 100% no comércio eletrônico – após dois trimestres de forte desempenho inferior.

“Acreditamos que a contribuição mais significativa tenha sido a extensão do frete grátis, com o serviço Americanas Mais estilo Prime agora oferecido gratuitamente. Achamos que isso fecha uma lacuna significativa em relação à concorrência, que levou a uma conversão fraca em 2020”, afirmam.

Eles acrescentam ainda que apesar do crescimento de 90% do GMV e da alta de 73% das vendas, o Ebitda manteve-se praticamente inalterado em R$ 129 milhões (4% à frente da expectativa do BBI) e o consumo de caixa aumentou de R$ 646 milhões para R$ 897 milhões.

Para o BTG Pactual, parte da migração de offline para online deve perder fôlego nos próximos meses e o ambiente macroeconômico continuará volátil.

“Mas também há uma tendência estrutural positiva para plataformas horizontais com grande variedade, tráfego forte e foco no nível de serviço que deve garantir uma consolidação mais rápida do e-commerce entre alguns potenciais vencedores”, completam os analistas Luiz Guanais, Victor Rogatis, Ricardo Cavalieri e Luiz Temporini.

Fusões e aquisições em alta

Já o Safra afirma que os recentes movimentos da B2W, como a aquisição da ShippDelivery e da Fintech Nexoos, além da parceria com o OOOOO, plataforma de e-commerce live, deve continuar a alavancar o envolvimento do consumidor no Universo Americanas.

Na visão do BofA, a aceleração do GMV da B2W aponta para uma oportunidade maior de comércio eletrônico, à medida que o varejo cada vez mais se desloca para online a partir de uma base baixa.

“Percebemos uma lógica omni-channel atraente por trás de uma combinação operacional de comércio eletrônico e ativos físicos”, argumenta.

Números

A B2W teve forte aumento das vendas no primeiro trimestre, ainda sob impulso do comércio eletrônico na esteira das medidas de isolamento social, mas seu prejuízo cresceu diante de maiores subsídios para fretes grátis.

O grupo de comércio eletrônico teve prejuízo líquido de 163,6 milhões de reais no primeiro trimestre, perda maior do que os 108 milhões em igual período de 2020.

A empresa, que no mês passado anunciou proposta de combinação de negócios com a Lojas Americanas para criação da companhia a ser listada em bolsa nos Estados Unidos, reportou receita líquida de 2,94 bilhões de reais no trimestre, crescimento de 73,5% em um ano.

Por outro lado, as despesas gerais ajustadas somaram 808 milhões de reais, representando 9,3% das vendas totais, um aumento de 0,5 ponto percentual ano a ano, refletindo investimentos maiores em entrega gratuita. Só as despesas com vendas dispararam 130%.

Recomendações

Corretora Recomendação Preço-alvo
BofA Compra R$ 145
Ágora Neutra R$ 90
Safra Compra R$ 100
BTG Compra R$ 120

 

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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