B3 (B3SA3) chega a subir 4% após balanço; é hora de comprar?
A B3 (B3SA3) sobe bem nesta quarta-feira (12) após divulgar R$ 1,25 bilhão, mesmo com o número dentro do consenso de mercado medido pela Bloomberg.
Por volta das 12h32, o papel subia 3,55%, a R$ 14. No ano, a ação sobe 37%, em meio ao bom momento da bolsa, que renova recordes, a 156.886 mil pontos.
Em relatório, o sentimento é o mesmo: a companhia divulgou números sem surpresas, o que pode indicar um interesse de investidores pelo papel pensando na retomada da bolsa brasileira.
O BTG escreve que há discussões questionando essa premissa, no entanto. Isso porque a B3 diversificou suas receitas para outros segmentos, como renda fixa ou dados.
Algo importante, é verdade, mas que pode fazer o papel deixar de ser esse veículo com alta exposição a retomada da bolsa brasileira.
As ações representam atualmente apenas 19% da receita total (contra cerca de 40% em 2021). Mesmo assim, o banco olha o copo meio cheio.
Os analistas lembram que o CEO Finkelsztain enfatizou recentemente que a ADTV (volume de ações negociadas) potencialmente poderiam dobrar à medida que as taxas de juros diminuem, em vez de crescerem apenas cerca de 30% como prevem muitos investidores.
“Continuamos a considerar o B3 como uma forma clara e direta para os investidores se posicionarem para uma potencial mudança econômica e ciclo de afrouxamento monetário no Brasil nos próximos 12 a 18 meses”.
Outro ponto, segundo o BTG, é que B3 é muito mais do que uma bolsa de valores e parece bem posicionada, com um modelo de negócio diversificado e menos cíclico, avaliação atrativa e uma perspectiva de longo prazo clara.
Enquanto isso, os investidores estão sendo bem compensados por meio de uma política atrativa de retorno de capital (dividendos + recompra de ações), completa o banco.
Para a Ativa, a B3 mantém execução consistente, controle de custos e avança na monetização de dados e inovação, consolidando a integração de suas recentes aquisições e abrindo espaço para crescimento estrutural.
Como foi o trimestre da B3?
A receita líquida também ficou dentro do estimado pelo mercado e alcançou R$ 2,48 bilhões, alta de 2,1% em relação ao mesmo período de 2024.
O Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente da B3 foi de R$ 1,73 bilhão, em linha com o mercado e com alta anual de 1,2%.
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No entanto, a Selic mantém pressão na bolsa brasileira. Os números operacionais do período já haviam sido apresentados e a companhia afirma que o “ambiente de altos juros continua impactando o mercado de renda variável”.
O volume financeiro médio diário negociado (ADTV) de ações foi de R$ 21,8 bilhões, queda de 6,5% comparado ao terceiro trimestre do ano passado. No segmento de renda fixa e crédito, por outro lado, a alta no período na comparação anual foi de 12,5% em emissões.