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Balão de ensaio testa Ibovespa e dólar

08 nov 2022, 8:01 - atualizado em 08 nov 2022, 8:16
Ibovespa
Ibovespa devolveu ontem boa parte dos ganhos acumulados na semana passada, em meio à ansiedade do mercado pela equipe econômica de Lula (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa e o dólar reagiram mal ontem (7) aos nomes ventilados para a equipe do presidente eleito, em especial, da área econômica. Foi a brecha que os investidores encontraram para realizar lucros, devolvendo de uma só vez parte dos ganhos acumulados ao longo da semana passada. 

Afinal, se a frente é ampla, a lista não deve ser composta só por “petista raiz”. Foi, portanto, um balão de ensaio para testar o mercado financeiro. Aliás, o Money Times teve acesso a um dos cotados para a Esplanada, na Pasta relacionada à questão fiscal, e negou veemente a indicação. “Não há a menor possibilidade”, disse. 

Seja como for, a movimentação dos negócios locais mostrou um comportamento bem diferente ao do pós-eleições. É nítida a ansiedade dos ativos domésticos pelo que será um terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Essa mudança de humor esvaziou a chance de o dólar furar a marca dos R$ 5,00. A moeda norte-americana acelerou e voltou à faixa de R$ 5,17.

A principal dúvida, por ora, recai na questão do Orçamento e como o novo governo fará para cumprir promessas de campanha. De concreto, apenas a função do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, na equipe de transição.

Ele viaja hoje cedo para Brasília para iniciar as negociações da PEC da transição para definir o novo Orçamento de 2023. Porém, antes de bater o martelo sobre o assunto, Lula deve conversar com o Congresso, amanhã, sendo que parece haver boa vontade da Câmara – até demais. 

Ibovespa em clima eleitoral

Com isso, o clima de otimismo que marcou o mercado na semana passada deve ser  substituído pela volatilidade, com as especulações da cena política elevando a cautela. Contudo, esse ambiente mais defensivo deve ser atenuado pelo cenário externo, onde o provável fim da “onda azul” no Congresso dos Estados Unidos anima Wall Street

A expectativa dos mercados internacionais é de que o freio dos republicanos na agenda econômica do governo Biden tende a favorecer uma mudança de postura (“pivô”) por parte do Federal Reserve. Afinal, com as políticas monetária e fiscal andando juntas fica mais fácil combater a inflação alta.

Aliás, índices de preços ao consumidor estão em destaque nesta semana. Hoje à noite, saem os dados da China. Na quinta-feira, é a vez dos números do IPCA no Brasil, que deve dar adeus às leituras negativas, bem como do CPI norte-americano, que pode dar outra interpretação ao relatório robusto sobre o emprego nos EUA (payroll) e calibrar as apostas para o Fed em dezembro.   

Enquanto aguardam essas divulgações e monitoram o front político, as atenções locais se voltam para a temporada de resultados. O BTG Pactual já abriu a safra de balanços dos bancos, reportando o maior lucro da história. À noite, é a vez do Bradesco.

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h50:

EUA: o futuro do Dow Jones subia 0,14%; o do S&P 500 avançava 0,13%; enquanto o Nasdaq tinha alta de 0,34%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 subia 0,20%; a bolsa de Frankfurt crescia 0,25%; enquanto a de Paris tinha caía 0,19% e a de Londres recuava 0,22%

Câmbio: o DXY tinha alta de 0,21%, a 110.35 pontos; o euro caía 0,22%, a US$ 1,0000; a libra recuava 0,34, a US$ 1,1475; o dólar tinha queda de 0,24% ante o iene, a 146,26 ienes.

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 4,205%, de 4,216% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,709, de 4,705% na sessão anterior

Commodities: o futuro do ouro caía 0,42%, a US$ 1.673,50 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI recuava 1,25%, a US$ 90,62 o barril; o do petróleo Brent cedia 0,96%, a US$ 96,98 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro negociado em Dalian (China) fechou em alta de 0,91%, a 668,50 yuans a tonelada.

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Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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