Economia

Banco Central: inflação acima da meta abre espaço para juros altos por mais tempo

30 jun 2022, 11:46 - atualizado em 30 jun 2022, 11:46
Banco Central Selic
A probabilidade de a inflação superar o teto da meta em 2022 passou de 88%, em março, para 100% em junho. (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

Nesta quinta-feira (30), o Banco Central divulgou o seu Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e deu uma notícia ruim para o mercado: o estouro da meta de inflação pelo segundo ano seguido é inevitável.

De acordo com o relatório, a probabilidade de a inflação superar o teto da meta em 2022 passou de 88%, em março, para 100% em junho. Já em 2023, a probabilidade aumentou de 12% para 29%.

Para este ano, a meta de inflação é de 3,5%, sendo que o piso e o teto vão de 2% a 5%. Para o ano que vem, a meta é ligeiramente menor: 3,25%, podendo oscilar entre 1,75% e 4,75%.

A projeção do Banco Central para a inflação já tinha sido adiantada na semana passada: o ano de 2022 deve encerrar com a alta nos preços na casa de 8,8%. Para o ano que vem, a projeção é de 4%; e, em 2024, de 2,7%.

O mercado ainda mantém as apostas de que, na reunião de agosto, o BC deve promover a sua última alta de 0,5 ponto percentual na Selic – elevando a taxa básica para 13,75%. No entanto, a dúvida que paira é por quanto tempo a autoridade monetária vai manter os juros altos.

De acordo com Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original, o cenário fiscal ainda pode atrapalhar o Banco Central na tentativa de encerrar os ciclos de alta. E que a previsão é de que os juros vão se manter elevados por mais tempo do que o esperado, tanto que o banco elevou sua projeção de Selic no fim de 2023 para 11%, ante os 10% apresentados anteriormente.

O Bank of America (BofA) também destaca que a percepção do cenário fiscal se deteriorou, uma vez que o governo propõe mais estímulos econômicos, como a ampliação do Auxílio Brasil. “As projeções de inflação do BCB para horizontes mais longos continuam em alta e apontam para uma extensão do ciclo de aperto, mantendo os juros elevados por um período mais longo”, disse em relatório.

Siga o Money Times no Facebook!

Curta nossa página no Facebook e conecte-se com jornalistas e leitores do Money Times. Nosso time traz as discussões mais importantes do dia e você participa das conversas sobre as notícias e análises de tudo o que acontece no Brasil e no mundo. Siga agora a página do Money Times no Facebook!

Editora-chefe
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
Linkedin
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.