Banco da Inglaterra reduz juros para 4% após votação apertada

O Banco da Inglaterra cortou a taxa de juros nesta quinta-feira (7), mas quatro de seus nove membros – preocupados com a inflação elevada – tentaram deixar os custos dos empréstimos inalterados.
A dificuldade em chegar a um acordo fez com que o Comitê de Política Monetária tivesse que realizar duas votações sobre os juros pela primeira vez em sua história.
Com o comitê dividido sobre como reagir a uma taxa de inflação que, segundo as previsões do banco central, em breve será o dobro de sua meta de 2% e a uma recente piora na perda de empregos, o presidente Andrew Bailey e quatro pares defenderam a redução da taxa de juros de 4,25% para 4%.
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Mas isso só aconteceu depois que a primeira rodada de votação terminou em uma divisão de 4-4-1, com Alan Taylor defendendo inicialmente um corte de 0,5 ponto percentual.
Entre os quatro membros que apoiaram a manutenção dos juros estava Clare Lombardelli, vice-presidente de política monetária, que pela primeira vez rompeu com a maioria. O economista-chefe Huw Pill também votou pela manutenção dos juros em 4,25%.
O Banco da Inglaterra repetiu sua orientação sobre “uma abordagem gradual e cuidadosa” para novos cortes nos custos de empréstimos, mas acrescentou uma nova linha à sua mensagem sobre as perspectivas, dando a entender que sua série de cortes pode estar chegando ao fim.
“A restritividade da política monetária diminuiu com a redução da taxa básica de juros”, afirmou, não mais dizendo diretamente que a política ainda é restritiva. Repetiu que não há uma trajetória determinada previamente para os custos dos empréstimos.
A interrupção do processo de corte dos juros seria um golpe para a ministra das finanças, Rachel Reeves, e para o primeiro-ministro, Keir Starmer, que têm tido dificuldades para cumprir sua promessa aos eleitores de acelerar o lento crescimento econômico do Reino Unido.
Bailey disse que a decisão de cortar os juros pela quinta vez desde agosto do ano passado foi “finamente equilibrada”, embora ele acredite que eles ainda estejam em uma trajetória descendente.
“Mas qualquer corte futuro nos juros precisará ser feito de forma gradual e cuidadosa”, disse Bailey no comunicado.