Destaques da Bolsa

Banco do Brasil (BBAS3) abre com queda de mais de 4% após balanço pior do que o esperado

15 ago 2025, 10:23 - atualizado em 15 ago 2025, 12:04
banco do brasil bbas3 temporada de balanços do 2t25 ações bancos
Os investidores reagem aos resultados do Banco do Brasil no segundo trimestre (2T25); os números vieram abaixo do esperado. (Imagem: iStock/Oselote/Divulgação - Montagem: Giovanna Figueredo)

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) iniciaram a sessão desta sexta-feira (15) em queda no Ibovespa (IBOV)em reação ao balanço do segundo trimestre (2T25) — que veio pior do que o esperado pelo mercado. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na abertura, BBAS3 caiu 4,13% e os papéis entraram em leilão por oscilação máxima permitida. Após várias pausas nas negociações, as ações inverteram sinal e passaram a subir. Por volta de 11h50 (horário de Brasília), a alta era de 2,07%, a R$ 20,26.



Na noite de ontem (14), o banco reportou um lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões entre abril e junho, um declínio de 60% na comparação com o mesmo período do ano passado, puxada pela inadimplência no agronegócio. 

A cifra ficou abaixo do esperado pelas projeções de analistas compiladas pela LSEG, que apontavam lucro líquido de R$ 5,279 bilhões.

Esse foi o segundo recuo dos números após 16 trimestres consecutivos de crescimento anual do lucro. Além disso, foi o único, entre os grandes bancos, a apresentar redução.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) despencou 13 pontos percentuais, encerrando o trimestre a 8,4%. A média de cinco analistas consultados pelo Money Times esperava 11% de ROE.

De acordo com dados da Elos Ayta, é o pior rentabilidade desde, pelo menos, 2010.

O Banco do Brasil também cortou as projeções de payout (parcela do lucro distribuída para acionistas) de 40% para 30% e revisou o guidance para 2025, agora prevendo lucro líquido entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões — ante a previsão anterior de R$ 37 bilhões a R$ 47 bilhões no acumulado do ano. 

A XP afirmou que a expectativa era baixa. “Embora resultados fracos fossem antecipados, dados do Banco Central divulgados em maio sugeriam um trimestre ainda pior do que os R$ 5 bilhões inicialmente esperados”. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os analistas da corretora pontuaram que, nos últimos 10 dias, as expectativas dos investidores já haviam se ajustado para perto de R$ 4 bilhões em lucro e cerca de 10% de ROE. 

Para os analistas da Ágora Investimentos/Bradesco BBI, os números do balanço do 2T25 não apontam para uma melhora na perspectiva operacional do banco. 

Na mesma linha, o Safra disse que ainda não é possível afirmar que a situação chegou ao fundo do poço, já que as tendências de qualidade dos ativos ainda são ruins em todos os setores.

“Mantemos nossa postura cautelosa em relação à empresa, à luz de um ambiente desafiador na qualidade dos ativos”, escreveram Daniel Vaz, Maria Luisa Guedes, Rafael Nobre em relatório. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Com a palavra, CEO do BB

Durante a teleconferência sobre os resultados, a presidente do BB, Tarciana Medeiros, disse que o momento do banco exige uma “conversa franca” com o mercado e afirmou que o banco deve mostrar um resultado “mais estressado” no terceiro trimestre ainda em razão de operações na carteira de crédito do agronegócio, com melhora apenas no final do ano.

“Acredito que nós ainda teremos, sim, o resultado mais estressado”, afirmou.

Medeiros também falou sobre o impacto da alta da Selic sobre o crédito agro. “A Selic estava em 12,25% no final de dezembro de 2024 e chegou a 15% em junho de 2025, acima da projeção original para esse período. É importante lembrar que o ano-safra vai de junho de um ano até junho do ano seguinte, então precisamos considerar essa dinâmica. O que é fundamental é que sabemos quem são os clientes em situação de inadimplência e conhecemos exatamente qual parte da carteira está nessa situação”, explicou a CEO.

A CEO do BB ainda disse que o resultado previsto para 2025 está aquém da capacidade do banco. “Não vamos fugir da realidade e o resultado de 2025 estará aquém da nossa capacidade”, declarou em suas considerações finais na teleconferência com investidores e analistas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Passo recado aos pequenos investidores, para que se pautem por relatórios sérios. Não ouçam fake news, vídeos sensacionalistas e informações incompletas”, acrescentou.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

No mercado há mais de 5 anos, o Money Times é referência em investimentos pessoais, educação financeira, gestão de carreiras e consumo no mercado brasileiro. No Money Times, investidores, analistas, gestores e entusiastas do ambiente econômico brasileiro usufruem de textos objetivos e de qualidade que vão ao centro da informação, análise e debate. Buscamos levantar e antecipar discussões importantes para o investidor e dar respostas às questões do momento. Isso faz toda a diferença.
equipe@moneytimes.com.br
No mercado há mais de 5 anos, o Money Times é referência em investimentos pessoais, educação financeira, gestão de carreiras e consumo no mercado brasileiro. No Money Times, investidores, analistas, gestores e entusiastas do ambiente econômico brasileiro usufruem de textos objetivos e de qualidade que vão ao centro da informação, análise e debate. Buscamos levantar e antecipar discussões importantes para o investidor e dar respostas às questões do momento. Isso faz toda a diferença.