Banco do Brasil (BBAS3) adia pagamento de dividendos aos acionistas após corte no payout

O Banco do Brasil (BBAS3) informou que não realizará o pagamento antecipado de remuneração aos acionistas. Segundo fato relevante divulgado na quarta (20), devido à necessidade de convergência para o payout (parcela do lucro distribuída para acionistas) de 30% recentemente aprovado, o pagamento de dividendos referentes ao terceiro trimestre de 2025 ocorrerá integralmente em 11 de dezembro de 2025.
Em fevereiro deste ano, o BB aprovou um payout entre 40% e 45% para 2025. Com isso, estavam previstas datas de pagamento antecipadas, com a próxima marcada para 12 de setembro.
No entanto, após um desempenho negativo no segundo trimestre, o corte no payout para 30% veio como uma medida para proteger o banco, já que houve piora do cenário, com alta da inadimplência, principalmente no agronegócio. O objetivo é dar flexibilidade à gestão do capital.
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O resultado ruim do Banco do Brasil
Na última semana, o banco reportou um lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões entre abril e junho, um declínio de 60% na comparação com o mesmo período do ano passado, puxada pela inadimplência no agronegócio.
A cifra ficou abaixo do esperado pelas projeções de analistas compiladas pela LSEG, que apontavam lucro líquido de R$ 5,279 bilhões.
Esse foi o segundo recuo dos números após 16 trimestres consecutivos de crescimento anual do lucro. Além disso, foi o único, entre os grandes bancos, a apresentar redução.
O ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) despencou 13 pontos percentuais, encerrando o trimestre a 8,4%. A média de cinco analistas consultados pelo Money Times esperava 11% de ROE.
De acordo com dados da Elos Ayta, é o pior rentabilidade desde, pelo menos, 2010.
Apesar disso, o BB está confiante de que poderá retomar alguma normalidade em 2026. E isso poderia significar até um dividendo extraordinário para o ano que vem, a depender do cenário e a exemplo do que o Itaú (ITUB4) já faz.
Mesmo assim, a ideia é que o banco foque em normalizar sua operação, com inadimplência mais controlada e uma carteira mais limpa. Ou seja, o CFO do Banco do Brasil, Geovanne Tobias, descarta dividendos extraordinários para este ano.
Para isso, a ideia é que o banco seja mais seletivo na carteira agro e amplie o segmento de pessoas físicas, “que é onde a gente tem e consegue trazer um pouco mais de rentabilidade”.