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Banco do Brasil (BBAS3): Cenário do agro ainda é nebuloso, vê Safra

13 nov 2025, 14:27 - atualizado em 13 nov 2025, 14:27
Banco do Brasil
(Imagem: iStock/Rmcarvalho)

A queda das ações do Banco do Brasil (BBAS3) nesta quinta-feira (13), em reação ao balanço do terceiro trimestre (3T25), já era esperada pelo Safra. Entre os papéis mais negociadas da bolsa brasileira, BBAS3 operam com baixa de cerca de 2%. 

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Para o banco, a reação negativa é justificada pelas provisões, que prejudicaram os números mais uma vez. As provisões líquidas ficaram 4% acima das estimativas do Safra, com um custo de risco de 6,4% — alta de 70 pontos-base na comparação trimestral.

Ainda entre os números, o lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões, embora represente uma queda de 60% na base anual, ficou 9% acima das previsões do banco, devido a uma taxa efetiva de imposto negativa em 31%, de R$ 716 milhões. 

Já o EBT (lucro antes dos impostos) totalizou R$ 4,3 bilhões, 11% abaixo da projeção do Safra, “refletindo provisões mais altas do que o esperado”. 

Em destaque, a carteira de crédito permaneceu estável no trimestre a trimestre: com alta de 2,3% no segmento de varejo (individual), queda de 2,2% no corporativos e recuo de 0,8% no rural. 

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Para os analistas Daniel Vaz, Maria Luisa Guedes e Rafael Nobre, a carteira de crédito individual continua “poluída” pela exposição rural — o que reforça as preocupações do Safra sobre o BB. 

Eles ainda observaram que as múltiplas métricas de qualidade de ativos se deterioraram no trimestre, com destaque para a inadimplência de curto prazo, formação de NPL (sigla em inglês para Empréstimos Não-Pagos) e carteira rural repactuada. 

A equipe de analistas também citou a expectativa pelo programa de renegociação para o setor agropecuário, previsto pela Medida Provisória (MP) 1.314, mencionada pelo banco durante a teleconferência de resultados pela administração. 

O ‘atraso’ no lançamento da MP, promulgada apenas no início de setembro, refletiu no adiamento das negociações e, como resultado, “as provisões ficaram sob pressão no terceiro trimestre e permaneceram em outubro”, escreveram os analistas em relatório. 

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“Em nossa opinião, isso evidencia que a desafiadora situação enfrentada pelo banco no segmento rural carece de clareza quanto ao timing da recuperação”, acrescentaram citando a sinalização do BB de que é ainda é cedo para esperar um ponto de inflexão no quarto trimestre. 

Revisão de guidance inesperada

Os analistas do Safra afirmaram que não esperavam uma nova revisão das projeções da companhia. 

“Na nossa análise do segundo trimestre, consideramos a projeção de lucro líquido fornecida na época como exagerada, mas nós (ou qualquer pessoa com quem conversamos) não esperávamos outra revisão no terceiro trimestre”, escreveram Daniel Vaz, Maria Luisa Guedes e Rafael Nobre. 

O BB reduziu a expectativa de lucro de R$ 21 bilhões a R$ 25 bilhões para R$ 18 bilhões a R$ 21 bilhões para este ano. 

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Já o intervalo de provisão líquida foi elevado para R$ 59 bilhões e R$ 62 bilhões, “o que a empresa atribuiu aos desafios enfrentados no segmento rural e a um caso específico de inadimplência corporativa”, afirmou a equipe do Safra. O guidance anterior era de R$ 53 bilhões a R$ 56 bilhões.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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