Empresas

Banco do Brasil (BBAS3): CFO responde se é possível esperar virada no 4T25

12 nov 2025, 20:38 - atualizado em 12 nov 2025, 20:40
“Não quero cravar aqui que o quarto trimestre já apresentará uma inflexão", diz CFO, Giovanne Tobias

O Banco do Brasil (BBAS3) registrou mais um tombo de 60% no lucro. Embora o número assuste à primeira vista, os R$ 3,8 bilhões ficaram dentro do esperado pelos analistas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A própria administração já havia alertado que o terceiro trimestre seria difícil, em meio à piora do agronegócio.

Para o quarto trimestre, porém, a incerteza permanece. Em vídeo publicado nos canais do Banco do Brasil, o CFO Giovanne Tobias evitou afirmar se o período será o trimestre da virada.

“Não quero cravar aqui que o quarto trimestre já apresentará uma inflexão. É fato a situação da carteira do agro — e já falei isso anteriormente —, fica nítido que o lucro do banco caiu quase pela metade.”

Ainda segundo ele,“não podemos deixar nossos clientes desassistidos, mas precisamos manter prudência no controle dessa unidade de empresa e garantir transparência aos investidores, para que compreendam o que, de fato, está acontecendo”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Tobias acrescentou que, uma vez superada a questão da Medida Provisória 1.314, que permitirá aos agricultores renegociar seus pagamentos, e com o controle das recuperações judiciais — que, segundo ele, “não fazem sentido” —, será possível mostrar ao mercado o potencial de geração de resultados do banco.

Veja o vídeo completo:

 

Apesar de evitar previsões, o executivo afirmou que as provisões continuaram elevadas em outubro, reflexo do cenário ainda adverso.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Estamos trabalhando para controlar novembro e dezembro. Acredito que o quarto trimestre trará um resultado melhor do que o terceiro, mas não necessariamente igual ao do primeiro trimestre, que era o que esperávamos quando retomamos o guidance.”

Por que o Banco do Brasil revisou o guidance?

O Banco do Brasil também revisou o seu guidance (projeções) para 2025, em meio a resultados mais fracos.

Segundo a instituição, a expectativa de lucro anual passou de R$ 21 bilhões a R$ 25 bilhões para R$ 18 bilhões a R$ 21 bilhões — abaixo do ponto médio das estimativas de analistas compiladas pela LSEG, de R$ 22,375 bilhões.

Tobias explicou que muitos clientes do agronegócio optaram por esperar, o que resultou em recrudescimento da inadimplência no terceiro trimestre, mesmo após o lançamento da medida provisória voltada ao setor.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Acreditávamos que todo o esforço junto ao governo e com a medida provisória nos permitiria agir mais rapidamente nas agências. No entanto, a MP 1.314 foi editada apenas no final de setembro e regulamentada no final de outubro, o que não deu tempo suficiente para buscarmos os clientes.”

Além disso, houve alta nos pedidos de recuperações judiciais (RJ) de produtores rurais.

“Esse fenômeno é muito prejudicial ao setor. Até o segundo trimestre, conseguíamos manter um certo controle sobre esses pedidos, mas no terceiro trimestre observamos um aumento ainda maior de agricultores.”

Ambipar atrapalhou?

Outro ponto de pressão veio de um evento muito específico na carteira corporativa de grandes empresas, “amplamente noticiado”, que exigiu reforço de provisão não previsto nas projeções do banco.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Esse movimento já gerou um descolamento em relação à nossa melhor estimativa de risco de crédito”, afirmou Tobias.

Embora o executivo não tenha citado nomes, o caso pode envolver a Ambipar (AMBP3), que entrou em recuperação judicial com dívidas de R$ 11 bilhões.

De acordo com agências de notícias, entre os maiores credores da Ambipar estão o Santander (SANB11) e o Banco do Brasil, com exposição conjunta de cerca de R$ 2 bilhões.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É também setorista de setor financeiro. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Linkedin
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É também setorista de setor financeiro. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar