Mercados

Banco do Brasil (BBAS3) vai despencar? Como o mercado deve reagir aos resultados

14 ago 2025, 21:48 - atualizado em 14 ago 2025, 21:53
banco do brasil bbas3
No que diz respeito à qualidade da carteira de crédito do BB, os sinais seguiram muito ruins (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Com o lucro bem abaixo da expectativa, a R$ 3,8 bilhões, e um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de apenas 8%, pior patamar em décadas, é esperado que o Banco do Brasil (BBAS3) volte a desandar.

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Desde 1° de agosto, quando encostou nas mínimas do ano, a ação teve um leve respiro. Saltou 7%. Nesta sessão, o papel subiu quase 3%.

Isso, de certa forma, poderia contribuir com novas quedas.

Segundo uma pesquisa realizada com 33 investidores pelo Safra, uma ampla maioria (88%) dos entrevistados acredita que a expectativa de um trimestre fraco não está precificada.

“Há uma visão de que o mercado não precificou totalmente os resultados, o que em teoria abre espaço para reprecificação, seja para cima ou para baixo”.

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Guidance do Banco do Brasil: Olhando para frente

Além dos resultados, o BB também divulgou seu novo guidance prevendo R$ 21 bilhões a R$ 25 bilhões em 2025 em lucro.

Antes de suspender em maio, previa entre R$ 37 bilhões e R$ 41 bilhões.

Na pesquisa, o Safra afirmou que se o guidance batesse em R$ 20 bilhões, cerca de 25% abaixo do consenso do sell side, não descartaria reação negativa do mercado, já que a revisão consequente de lucros poderia frustrar:

  • investidores individuais, que têm sustentado fortes entradas líquidas no papel (R$ 5,5 bilhões desde o primeiro trimestre) na estratégia compre na baixa;
  • investidores estrangeiros, que consideraram a retirada do guidance muito negativa — e foram os principais vendedores líquidos no mesmo período, segundo dados da B3 — “e que, acreditamos, tendem a reagir de forma mais intensa a fatos relevantes”.

Um gestor que cobre o setor e conversou com o Money Times diz que o resultado veio pior que as estimativas de consenso de mercado, mas não veio, materialmente, pior do que já vinha sendo ventilado por quem era pessimista com a ação.

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“Mas o que veio, talvez, pior do que o esperado, aí a ver se pode fazer preço amanhã, é que houve vários sinais de resultados apontando para uma realidade ainda ruim para frente para o Banco do Brasil”, explica.

Primeiro é que o guidance seria bastante incoerente entre si.

“O banco fala de apertar e reduzir muito a geração de crédito para entregar uma criação de carteira bem menor do que ele vinha fazendo. E, ao mesmo tempo, fala em acelerar a margem financeira, uma coisa que não é coerente com a outra”.

Antes pausada, a expectativa é que o banco encerre 2025 com margem de R$ 102 bi até R$ 105 bi.

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Qualidade em dúvida

No que diz respeito à qualidade da carteira de crédito do BB, os sinais seguiram muito ruins, coloca.

Ele recorda que houve aumento de inadimplência em todas as carteiras: pessoa física, pessoa jurídica, agro. E tudo isso com o aumento da carteira renegociada, e, no caso do agro, o aumento da carteira prorrogada.

“Então, um sinal muito ruim para frente. Nesse sentido, foi pior, que ainda não passa a ideia, quem olha os números com calma, que o pior ficou para trás. Ainda tem resultados ruins por vir, talvez pior do que o próprio guidance do banco”.

Diante da queda do lucro, o BB atualizou estimativas que tinha suspendido anteriormente, entre elas a de lucro líquido ajustado, agora calculado entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões em 2025.

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Antes de suspender em maio, previa entre R$ 37 bilhões e R$ 41 bilhões.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.