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Banco do Brasil (BBAS3) enfrenta derrota na bolsa nesta sexta (9), apesar de lucro robusto; 3 ‘pontos importantes para reflexão’

09 fev 2024, 20:07 - atualizado em 09 fev 2024, 20:07
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Banco do Brasil supera expectativas com lucro robusto, mas ações caem (Imagem: Renan Dantas/Money Times)

Mesmo entregando um lucro acima do esperado, de R$ 9,44 bilhões, o Banco do Brasil (BBAS3) enfrentou uma sessão ruim na bolsa nesta sexta-feira (9).

As ações da estatal recuaram 1,66%, a R$ 57,57. Na mínima do dia, chegaram a tombar 5,53%.

Na avaliação do Bradesco BBI, apesar de números acima do previsto, os resultados do Banco do Brasil levantam três “pontos importantes para reflexão” sobre as principais tendências para os próximos trimestres.

Primeiro, a relevância do Banco Patagonia para a rentabilidade do BB. O BBI destaca que o resultado melhor que o esperado veio principalmente pelo aumento significativo dos números do Patagonia, que reportou lucro líquido de R$ 2,4 bilhões, o que inflou a margem financeira líquida (NII).

“Notavelmente, o Banco Patagonia ganhou uma importância impressionante na rentabilidade do Banco do Brasil, representando 24,5% do lucro líquido consolidado deste último trimestre (de 13,6% no terceiro trimestre de 2023) e 16,7% do valor do ano de 2023 (vs. 9,4% em 2022)”, comentam Gustavo Schroden, do BBI, e José Cataldo, da Ágora Investimentos.

Isso leva para o segundo ponto importante levantado pelos analistas: a qualidade da margem financeira, dos spreads e do mix. O BBI chama atenção para a contração dos spreads dos clientes.

Por fim, o terceiro e último ponto diz respeito à qualidade dos ativos para empréstimos corporativos e rurais, que também apresentou deteriorações sequenciais.

O BBI também menciona o forte crescimento das despesas com provisões em meio ao agravamento dos riscos no segmento corporativo/PMEs (pequenas e médias empresas).

Banco do Brasil divulga guidance e aumento de payout; boas perspectivas à frente?

Além do balanço do quarto trimestre do ano passado, o BB divulgou suas projeções para 2024. O banco espera que o lucro líquido ajustado fique dentro da faixa de R$ 37-40 bilhões.

De acordo com a Genial Investimentos, o guidance apresentado aponta para mais um ano de resultados robustos, ainda que com “significativa desaceleração em relação a 2023”.

Mais do que lucros ainda atrativos, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) deve seguir em patamares bem elevados, próximo de 21%, mesmo com a queda da Selic impactando a tesouraria, avalia a corretora. Isso deve colocar a estatal em competição direta com o Itaú (ITUB4) em rentabilidade, diz.

Ontem à noite, o Banco do Brasil também anunciou o aumento do payout (distribuição dos lucros) dos atuais 40% para 45% em 2024.

Segundo o Banco do Brasil, a remuneração ocorrerá em oito fluxos, sendo quatro pagamentos realizados ao longo dos trimestres de referência, de forma antecipada, e outros quatro pagamentos complementares, efetivados após o encerramento dos trimestres de referência.

O payout maior foi bem recebido pelos analistas. Segundo o BBI, o aumento para 45% representaria um rendimento de dividendos de 10% estimados para 2024.

Juntamente com o payout, o BB anunciou o pagamento de R$ 2,38 bilhões em dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP) complementares referentes ao quarto trimestre de 2023. O pagamento acontecerá em 29 de fevereiro de 2024, sendo que terão direito os acionistas com posição acionária em 21 de fevereiro de 2024.

BBAS3 segue descontada, mesmo após salto

Analistas da Genial reforçaram a recomendação de compra para a ação do BB, com preço-alvo de R$ 64,90 ao fim de 2024.

Mesmo após o forte desempenho no último ano (a companhia entregou valorização de mais de 70% na bolsa), a corretora avalia que BBAS3 continua sendo negociada um pouco abaixo de seu valor patrimonial, abaixo de 1 vez P/VP (Preço/Valor Patrimonial).

A Ativa Investimentos, embora avalie que os resultados do banco vieram qualitativamente pior do que as estimativas, reitera a classificação de compra.

A Ativa considerou mais relevante o direcionamento dado pelo banco.

“Consideramos o guidance de lucro bastante positivo e que, em conjunto com uma política de aumento de payout, demonstra um alinhamento da diretoria com os seus acionistas”, afirma.

O Bank of America (BofA), assim como o BBI, entende que as tendências para o Banco do Brasil foram distorcidas pelo desempenho do Banco Patagonia. Apesar disso, a instituição mantém a recomendação de compra para as ações, baseada em um valuation descontado para os pares e perspectivas de sólido dividend yield (rendimento do dividendo) após o aumento do payout.

Apoiado no forte guidance para este ano, o Goldman Sachs tem recomendação de compra e preço-alvo em 12 meses de R$ 64 para BBAS3.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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