Bolsa de Valores

Banco do Brasil desbanca Petrobras e Vale e lidera ranking de ações mais líquidas da B3 pela primeira vez

17 set 2025, 12:51 - atualizado em 17 set 2025, 12:51
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(Imagem: iStock/Oselote/Divulgação - Montagem: Giovanna Figueredo)

Pela primeira vez na história da B3, o Banco do Brasil (BBAS3) assumiu a liderança entre as ações mais líquidas do mercado, ultrapassando Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), nomes tradicionalmente dominantes nesse ranking.

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No mês de setembro de 2025 (até o dia 16), as ações do banco registraram um volume financeiro médio diário de R$ 799 milhões, patamar que garantiu o topo da lista. Para efeito de comparação, em setembro de 2024, BBAS3 movimentava em média R$ 361 milhões/dia, ocupando apenas a oitava posição. O salto de 121,3% em 12 meses não só reposicionou o papel no ranking, como também pode ter sido impulsionado pelo impacto da Lei Magnitsky sobre Alexandre de Morais, trazendo atenção extra para o ativo e seus investidores.

Troca de posições entre gigantes

Enquanto o Banco do Brasil sobe, Vale e Petrobras perdem terreno. A mineradora, que em setembro de 2024 ocupava o primeiro lugar, caiu para a terceira posição, com redução de 47,1% no volume financeiro médio diário (de R$ 1,36 bilhão para R$ 723 milhões). Já a Petrobras manteve-se na vice-liderança, mas também viu queda de 35,6% no mesmo período.

A fotografia de setembro mostra ainda que seis das sete ações analisadas registraram queda de liquidez em relação a agosto de 2025. A maior retração veio justamente da Vale (-34,8%), seguida de perto pela Petrobras PN (-26,4%).

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O “ponto fora da curva”: BRF

Na contramão desse movimento, a BRF (BRFS3) foi a grande surpresa. O papel saltou da 28ª posição em setembro de 2024 para a quinta colocação em setembro de 2025, alcançando R$ 507 milhões de volume médio diário.

O avanço entre agosto e setembro deste ano foi ainda mais impressionante: 308,9%. Esse crescimento foi impulsionado pela aprovação da fusão entre BRF e Marfrig em agosto, que uniu gigantes dos setores de carne bovina, suína e de frango, e pela conclusão da incorporação das ações da BRF pela Marfrig prevista para 22 de setembro, movimentando significativamente o fluxo de ações.

Rentabilidade: bancos privados brilham

Se o critério for desempenho em 12 meses, o destaque vai para os bancos privados. Itaú Unibanco (ITUB4) lidera com valorização de 23,11%, seguido por Bradesco (BBDC4), que avançou 20,71%, e pela própria B3 (B3SA3), que cresceu 13,7%.

Na outra ponta, as maiores quedas foram do Banco do Brasil (-17,84%), BRF (-8,93%) e Petrobras (-1,37%). Ou seja, líquidez não tem caminhado junto com rentabilidade, especialmente no caso do BBAS3, que, embora tenha alcançado recordes em volume, amarga o pior desempenho entre os papéis analisados.

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O que os números revelam?

O quadro mostra que o mercado de capitais brasileiro vive uma reconfiguração:

  • O Banco do Brasil assume protagonismo, consolidando sua força como ativo de referência, mesmo em um momento de pressão sobre sua rentabilidade.
  • BRF ressurge, com uma explosão de liquidez que reflete movimentos estratégicos decorrentes da fusão com a Marfrig.
  • Petrobras e Vale perdem espaço, refletindo não apenas questões setoriais, mas também a sensibilidade de seus papéis a fatores macroeconômicos e externos.

No fim, o ranking de setembro de 2025 mostra que a liquidez da bolsa não é estática: ela acompanha humores, expectativas e reposicionamentos dos investidores — e, neste momento, o Banco do Brasil é quem dita o compasso.

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Einar Rivero é CEO da Elos Ayta Consultoria e especialista de dados financeiros de mercado. Formado em Engenharia, tornou-se referência para o mercado financeiro por trazer levantamentos e insights inéditos a partir do cruzamento de dados econômicos. Durante 25 anos, atuou como líder e gerente de relacionamento institucional de plataformas de informação financeira, como TradeMap e Economatica.
einar.rivero@autor.moneytimes.com.br
Einar Rivero é CEO da Elos Ayta Consultoria e especialista de dados financeiros de mercado. Formado em Engenharia, tornou-se referência para o mercado financeiro por trazer levantamentos e insights inéditos a partir do cruzamento de dados econômicos. Durante 25 anos, atuou como líder e gerente de relacionamento institucional de plataformas de informação financeira, como TradeMap e Economatica.