Banco do Brasil (BBAS3): Luiz Barsi compra ou vende? Investidor dá seu veredito após derrocada dos resultados

O Banco do Brasil (BBAS3) é uma das queridinhas de investidores e passou por grande desvalorização em meio à queda de lucros e a piora do agronegócio.
Com todas as incertezas, como queda da rentabilidade e dos dividendos, vender pode ser um bom negócio? Não para o maior investidor pessoa física da Bolsa, Luiz Barsi.
Com o papel no bolso há décadas, Barsi recorda que essa não é a primeira crise por qual passou o BB.
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Em 1994, a estatal chegou a ficar muito próxima de quebrar, sendo salva por uma subscrição por meio de bônus patrocinado pelo governo.
“Hoje, a estrutura funcional do banco é diferente. Existem mecanismos que impedem a repetição daqueles erros. Por isso, considero que o Banco do Brasil é um papel que pode ser comprado”, explica.
As falas ocorreram durante o AGF, em São Paulo.
O investidor também recorda que o valor patrimonial por ação é superior a R$ 30, enquanto a ação negocia a R$ 21 ou R$ 22. Ou seja, o papel está barato.
“O motivo dessa diferença é que, no último trimestre, o lucro foi de R$ 3,5 bilhões, quando estava acostumado a entregar R$ 9 bilhões. Nem dividendos foram distribuídos. Mas acredito que seja apenas uma fase. Em dois trimestres, provavelmente, o banco volte a entregar os mesmos resultados”.
Banco do Brasil começa a ganhar aliados
E não é só Barsi que tem confiança que o BB dará a volta por cima.
Na última quarta, o Citi elevou a recomendação de neutralidade para compra, com preço-alvo de R$ 22 para R$ 29, o que representa potencial de valorização de 32% em relação ao fechamento anterior.
Segundo os analistas, o gatilho foi a medida provisória do Governo, anunciada na semana passada.
Ao todo, são R$ 12 bilhões para apoiar até 100 mil produtores, principalmente pequenos e médios agricultores.
O Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) dará acesso a até R$ 250 mil de crédito, com taxa de juros de 6% ao ano.
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No Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural), o médio produtor poderá obter até R$ 1,5 milhão, com juros de 8% ao ano.
Já os demais produtores poderão financiar até R$ 3 milhões, com juros de 10% ao ano. O prazo para quitação será de nove anos, incluindo um ano de carência.
Na leitura do Citi, a medida irá trazer alívio ao banco, com menor custo de risco e maior capitalização até 2026.
“Uma adição relevante ao programa poderia normalizar o custo de risco do BB, o que poderia se traduzir em lucros maiores do que as estimativas do consenso para 2026”, projetaram os analistas.
Além disso, o BB também possui uma janela de oportunidade no preço da ação, com a maioria dos fatores negativos aparentemente precificados.
“Projetamos um lucro líquido de R$ 29,3 bilhões para 2026 (9% em relação ao consenso da Bloomberg), com base em um custo de risco mais normalizado”.
Apesar disso, para o terceiro trimestre, o Citi projeta provisões em R$ 16 bilhões, contra R$ 15,9 bilhões no segundo trimestre.
Nos cálculos do Citi, as ações da BBAS são negociadas a 4,2x o lucro por ação, o que implica um lucro líquido de R$ 25,1 bilhões em 2026 e um ROE de 12%.