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Banco Next, do Bradesco (BBDC4), é reestruturado, após resultados aquém do esperado

21 mar 2023, 11:47 - atualizado em 21 mar 2023, 11:47
Next Bradesco
Um dos funcionários, que preferiu não se identificar, conta que, na reunião mensal de janeiro, o próprio CEO, Curt Cortese Zimmermann, anunciou a reestruturação (Imagem: Rafael Borges/ Money Times)

O Banco Next passa por uma reestruturação desde o começo do ano, conforme relatam fontes da instituição ao Money Times. O banco pertence ao Bradesco (BBDC4) e as mudanças vêm em um momento delicado para o banco sediado em Osasco (SP).

Um dos funcionários, que pediu para não ser identificado, conta que, na reunião mensal de janeiro, o próprio CEO, Curt Cortese Zimmermann, anunciou a reestruturação. 

Na ocasião, a direção do Next explicou que, devido aos resultados abaixo do esperado, algumas áreas iriam para o Bradesco, mas ainda respondendo ao banco digital. Foi dito também à equipe que a movimentação seria feita aos poucos. Segundo a mesma fonte, pessoas de algumas equipes estão sendo realocadas desde então.

Vale ressaltar que Zimmermann também é CEO do Bitz, conta digital que também pertence ao Bradesco, além da Digio, outra solução digital do banco. O executivo assumiu o cargo em setembro do ano passado, sucedendo Renato Ejnisman.

Segundo o Money Times apurou, na reunião de janeiro, a direção do Next garantiu que não haveria cortes no futuro, mas a reestruturação acarretou demissões. “Algumas pessoas já foram demitidas, e outras foram para o Bradesco. Mas ainda estamos nessa movimentação para ver quem vai para o Bradesco”, diz a fonte ouvida pela reportagem.

Os funcionários foram informados de que a reestruturação do Next será concluída até o fim de março, mas eles se queixam da falta de mais detalhes.

Reestruturação do Next acontece em momento delicado para o Bradesco

A reestruturação do Next acontece em um momento delicado para o Bradesco. Isso porque, o banco precisa lidar, também, com o impacto da recuperação judicial da Americanas (AMER3), após a descoberta de fraudes contábeis na varejista.

A Americanas deve mais de R$ 5 bilhões ao Bradesco. A decisão da instituição de provisionar 100% das perdas causadas pela rede de varejo reduziu o lucro do 4T22 para R$ 1,6 bilhão – o pior resultado trimestral do banco desde o terceiro trimestre de 2006.

Vale ressaltar que, conforme a fonte, ainda existe a possibilidade de o Bradesco oferecer uma solução de banco digital, mas que pode ser algo integrado ao banco, e não sob a marca “Next”.

Outro funcionário ouvido pelo Money Times afirmou que há colegas buscando emprego em outros lugares, enquanto outros ainda tentam ser transferidos para o Bradesco. “Todo mundo está com medo de demissão em massa”, diz.

A reestruturação atingiu, também, prestadores de serviços terceirizados. Money Times conversou com um deles, cujo contrato foi cancelado pelo Next. Entre as áreas afetadas, estão design e UX (experiência do usuário, na sigla em inglês).

Lançado em junho de 2017, o Next foi apresentado pelo Bradesco em uma nota à imprensa, na época, como uma plataforma que serviria como “gestor financeiro, oferecendo ferramentas para que a organização do dinheiro esteja sempre apoiada nos momentos de vida do usuário”.

Surgido num cenário de crescente competição com fintechs que prometiam revolucionar o mercado financeiro, o Next pretendia aproximar o Bradesco do público jovem.

Segundo o relatório de resultados de 2022 do Bradesco, o Next encerrou o ano passado com 14,5 milhões de clientes – um crescimento de 47% sobre os 12 meses anteriores – e processou 636 milhões de transações.

Procurada pelo Money Times,  assessoria do Bradesco negou apenas a possibilidade de demissões em massa no Next.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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