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Bancos se preparam para transição de US$ 80 trilhões em swaps

16 out 2020, 16:13 - atualizado em 16 out 2020, 16:13
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A mudança, que fará com que a SOFR substitua a taxa efetiva de fundos federais em cálculos que avaliam o swaps, é parte de uma iniciativa para tornar a SOFR uma taxa de referência (Imagem: Reuters/Andrew RC Marshall)

O mercado chama de “big bang” e mantém operadores de derivativos em alerta máximo.

Na esteira da transição global de antigos indicadores de referência desencadeada por problemas com a Libor, swaps de taxas de juros para mais de US$ 80 trilhões em dívida nocional migrarão neste fim de semana para uma nova taxa para determinar seu valor.

Embora a mudança para a taxa de financiamento overnight garantida, ou SOFR na sigla em inglês, deva impulsionar a liquidez de longo prazo no novo benchmark, também alimenta preocupações sobre a ação indisciplinada dos preços, devido à expectativa de venda de swaps para dezenas de bilhões de dólares em dívidas.

“O big bang é uma das etapas mais importantes na transição da Libor”, disse Marcus Burnett, diretor da SOFR Academy, uma empresa de tecnologia educacional cujos clientes incluem bancos e gestoras de ativos. “Esperamos que as mesas de juros dos maiores bancos de Nova York participem.”

A mudança, que fará com que a SOFR substitua a taxa efetiva de fundos federais em cálculos que avaliam o swaps, é parte de uma iniciativa para tornar a SOFR uma taxa de referência padrão nos mercados de dívida e derivativos dos EUA.

A SOFR tem como objetivo substituir a Libor-dólar, que ainda está por trás de centenas de trilhões de dólares em ativos, como hipotecas nos EUA e empréstimos sindicalizados na Ásia. O big bang segue uma mudança em menor escala na Europa em julho deste ano, uma transição menos complicada que ocorreu sem muito impacto no mercado.

Os swaps de taxas de juros permitem que duas partes negociem um fluxo de pagamentos por outro, durante um determinado período. A variedade mais comum, conhecida como “vanilla swap”, envolve a troca de pagamentos com uma taxa fixa por pagamentos com uma taxa ajustável baseada na Libor ou em alguma outra taxa de referência. Outro tipo, conhecido como “basis swap”, envolve duas taxas ajustáveis.

Embora a SOFR tenha enfrentado desafios para ganhar força desde sua introdução em 2018, analistas dizem que o próximo big bang já desencadeou uma mudança rumo a mais negociações de swaps atrelados à SOFR.

Isso poderia ajudar a abrir caminho para uma curva que reflete as expectativas de onde a taxa estará no futuro, abordando uma das principais fraquezas do novo índice de referência.

O big bang “terá um impacto muito, muito bom na liquidez”, disse Jason Granet, diretor de transição da Libor do Goldman Sachs.

Compensação

Ainda assim, no futuro imediato, haverá turbulência nos preços. Câmaras de compensação planejam efetivamente neutralizar as mudanças nos valores dos swaps causadas pelo big bang, e operadores verão suas posições ajustadas automaticamente. A LCH e a CME se preparam para distribuir compensação para clientes cujos valores das posições sobem e também para aqueles com baixas.

A LCH facilitará o pagamento de centenas de milhões de dólares em dinheiro para cobrir o valor perdido e pelo menos dezenas de bilhões de dólares em basis swaps para compensar o risco, disse David Horner, chefe de risco da SwapClear, que faz parte da LCH.

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