Barkin, do Fed de Richmond, diz que pode ver surpresa de alta nos dados de gastos

Uma taxa de desemprego ainda baixa e ganhos salariais contínuos podem manter os gastos das famílias mais saudáveis do que o esperado, mesmo com as famílias de renda baixa e até mesmo de renda média fazendo compras de forma mais agressiva para evitar o aumento dos preços, disse o presidente do Federal Reserve de Richmond, Tom Barkin, nesta quinta-feira (14).
As pessoas “estão negociando menos… comprando mais produtos de marca própria, indo mais ao Walmart ou Aldi”, disse Barkin em um discurso para a Associação Nacional de Economia Empresarial. Mas, disse ele, “estou sentindo o cheiro de um julho mais forte do lado do consumidor. … Os gastos dos consumidores podem estar aumentando”, com base nos relatórios semanais dos bancos sobre cartões de crédito.
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Mais cedo, a divulgação de um salto nos preços ao produtor dos EUA em julho parece ter apagado a possibilidade de o Federal Reserve realizar um corte de 0,5 ponto percentual na taxa de juros em setembro, embora as expectativas de uma redução de 0,25 ponto no próximo mês, seguida por outra em outubro, permaneçam intactas.
Os preços ao produtor dos EUA subiram mais do que o esperado, a 0,9%, em julho, em meio a um aumento nos custos de bens, mas também de serviços, informou o Departamento do Trabalho.
O aumento pode ser repassado aos consumidores, que até agora não sofreram uma forte alta geral nos preços, mesmo com a elevação de tarifas pelo governo do presidente Donald Trump.
“Esperamos um repasse mais forte das tarifas para os preços ao consumidor nos próximos meses, com a inflação provavelmente subindo modestamente no segundo semestre de 2025”, disse Ben Ayers, economista sênior da Nationwide.
O aumento da inflação de serviços será particularmente preocupante para os membros do Fed, como o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, que disse na quarta-feira que está atento a sinais de que a inflação está se infiltrando nos preços além daqueles dos produtos afetados diretamente pelas tarifas.
Um aumento na inflação de serviços, também evidente nos dados de preços ao consumidor divulgados na quarta-feira, sugere que a inflação pode se tornar um problema mais persistente, disse ele.
Corte não se justifica
O presidente do Fed de St. Louis, Alberto Musalem, afirmou que não vê justificava econômica para corte de juros em setembro, com o país próximo ao pleno emprego, a inflação acima da meta de 2% e as empresas se adaptando às tarifas.
“Isso não é sustentado pelo estado atual da economia e pelas perspectivas”, disse Musalem à CNBC.
Embora Musalem tenha dito que aumentou sua percepção dos riscos enfrentados pelo mercado de trabalho, “estamos bem no início dessa janela” para que as tarifas influenciem os preços, com uma “probabilidade razoável” de que as pressões dos preços possam se mostrar mais persistentes do que o esperado.
Com informações da Reuters