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Bayer considera nova tática para negociar acordos em processos sobre Roundup

31 jan 2020, 16:03 - atualizado em 31 jan 2020, 16:03
Roundup Bayer
A Bayer acredita que um acordo com advogados de reclamantes para proibir novos processos limitaria a exposição legal futura da empresa (Imagem: REUTERS/Mike Blake)

À medida que tenta fechar acordos em processos nos Estados Unidos diante de acusações de que o herbicida Roundup causa câncer, a alemã Bayer passou a considerar uma proposta que proibiria advogados de reclamantes envolvidos no litígio de buscar novos clientes via anúncios, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto.

A Bayer havia dito anteriormente que está engajada nas mediações para solucionar o litígio, que afetou as ações da companhia desde a aquisição da marca Roundup, parte de um negócio de 63 bilhões de dólares para a compra da Monsanto, em 2018.

A empresa nega as acusações de que o glifosato, ingrediente ativo do Roundup, causa câncer, afirmando que décadas de estudos independentes mostraram que o produto é seguro para utilização humana.

De acordo com a fonte, a Bayer acredita que um acordo com advogados de reclamantes para proibir novos processos limitaria a exposição legal futura da empresa, uma vez que a “vasta maioria” das firmas de advocacia que representa querelantes nos litígios estaria presa ao acordo.

A Bayer se recusou a comentar.

Em outubro, a empresa alemã culpou os anúncios de escritórios de advocacia na televisão pelo fato de o número de reclamantes nos EUA ter mais que dobrado, chegando a 42.700 em apenas três meses.

Uma disposição contratual como a considerada pela companhia poderia resultar em “uma redução drástica no número de acusações”, fazendo com que o litígio deixe de ser um “grande empecilho nos balanços da Bayer”, disse David Noll, professor da Rutgers Law School.

Embora a disposição não seja comum, há precedentes em um processo de 2013 envolvendo a farmacêutica Merck.

Perry Weitz, advogado da Weitz & Luxenberg, uma das firmas envolvidas no caso, criticou a ideia, afirmando que “uma empresa não pode pedir que um advogado entre em um acordo para restringir sua prática no futuro”.

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