Banco do Brasil (BBAS3): BofA ouviu 31 tubarões; e os números não foram bons para estatal

Os investidores estão preocupados com o Banco do Brasil (BBAS3), revela pesquisa do Bank of America. Perto de divulgar os resultados do primeiro trimestre, o banco mostrou que a exposição de investidores ouvidos caiu pela metade, de 26% para 13%.
O estudo traz um panorama da percepção de investidores sobre o setor financeiro brasileiro, com base em uma pesquisa feita entre 23 e 28 de abril de 2025 com 31 investidores locais e globais.
Segundo o BofA, 75% dos entrevistados veem riscos negativos para as estimativas de lucro do BBAS.
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“De fato, espera-se que o banco entregue o pior conjunto de resultados do 1º trimestre de 2025”.
O consenso do mercado da Bloomberg espera lucro de R$ 9 bilhões, menor dos que os R$ 9,3 bi do ano passado. Porém, há algumas casas ainda mais pessimistas.
O Safra, por exemplo, refez as contas para a projeção de lucro do Banco do Brasil (BBAS3) e agora vê uma cifra em R$ 8,5 bilhões, antes em R$ 9,2 bilhões, ou seja, um corte na casa dos R$ 700 milhões.
Se os analistas estiverem certos, o lucro deverá recuar 8,8% no ano e 11,4% no trimestre.
Além disso, o banco também espera uma margem líquida mais estável na comparação anual, com um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) ajustado de 19%, ou seja, abaixo do número mágico do mercado de 20%.
O Bradesco BBI também espera que o BB entregue um ROE abaixo de 20%.
O BB divulgará o seu resultado no dia 13 de maio.
Outros bancos
Segundo a pesquisa, o Itaú (ITUB4) continuou sendo o nome preferido dentro do setor financeiro (presente na carteira de 65% dos entrevistados), enquanto a XP (XP) passou a ser o segundo nome mais citado (42%, ante 10% no 4º trimestre), ultrapassando o BTG Pactual (BPAC11), que caiu para 35% (ante 45%).
A alocação em outros nomes de maior beta aumentou substancialmente, como o Inter (INTR) — 26% (ante 16% no 4º trimestre) —, a Stone (STNE) — 23% (ante 3%) — e o Nubank (NU) — também com 23% (ante 3%).
Para o Bradesco (BBDC), os investidores continuam focados em NIM (margem financeira líquida) e índice de capital. Quase 70% acreditam que o BBDC tem uma restrição de capital, embora não esperem que o banco precise fazer uma emissão.
No caso do Itaú, os investidores estão atentos ao crescimento da carteira de crédito e à distribuição de capital. Já para o Nubank, os focos são a qualidade dos ativos (A/Q), empréstimos consignados e penetração no segmento de alta renda.
Por fim, a maioria dos investidores acredita que o novo produto de consignado privado será neutro para o sistema (menor NIM, compensado por maior penetração de crédito), com o Inter sendo o principal beneficiado.