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Banco do Brasil (BBAS3): Itaú BBA vê ROE pior que Bradesco (BBDC4) e dividendos sob pressão

10 jun 2025, 17:17 - atualizado em 10 jun 2025, 17:25
Banco do Brasil
Em relatório desta terça-feira, cortou o preço-alvo de R$ 29 para R$ 25 (Imagem: Paulo Whitaker/REUTERS)

Antes queridinho dos analistas, agora parte do mercado vê riscos reais para o Banco do Brasil (BBAS3), que acumula queda de 27% desde a máxima do ano. Em 2025, o recuo soma 9%.

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O Itaú BBA é uma dessas casas. A corretora já não demonstrava muito otimismo com o BB desde o ano passado.

Porém, ficou ainda mais cético quanto à capacidade de recuperação da estatal após os números do primeiro trimestre.

Em relatório desta terça-feira, cortou o preço-alvo de R$ 29 para R$ 25.

Além disso, o BBA projeta ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 12,8% em 2025, o que colocaria o banco abaixo do Bradesco (BBDC4). No último trimestre, o banco de Osasco registrou ROE de 14,4%.

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O banco também reduziu as projeções de lucro em 33% e 24% para 2025 e 2026, respectivamente, com estimativas entre R$ 25 e R$ 30 bilhões.

Como se não bastasse, o BBA diminuiu as projeções de dividendos, com dividend yield estimado em 6%, abaixo dos níveis recentes, e reduziu sua projeção de payout (percentual do lucro distribuído aos acionistas) de 40-45% — faixa do guidance oficial do BB — para 30%.

Segundo os analistas, com esse retorno abaixo do esperado, o banco tende a reter mais lucros para preservar sua posição de capital.

Veja a tabela abaixo:

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Ano Lucro Líquido (R$ bilhões) ROE (%) Payout (%) Dividendos (R$ bilhões) Dividend Yield (%)
2024 38,1 21,0 42,8 15,2 5,8
2025E 24,7 12,8 30,0 7,3 6,0
2026E 30,3 14,5 25,1 7,2 5,8

O banco incorporou R$ 24 bilhões adicionais em provisões nas estimativas de 2025-2026. Com esse nível de despesa, é provável que sobrem menos recursos para distribuição, diz o BBA.

Banco do Brasil: agro pode piorar antes de melhorar

Para o Itaú, os próximos trimestres devem ser piores do que o primeiro, em razão do ciclo natural de vencimentos e atrasos no crédito.

“Não esperamos melhorias significativas neste ano, uma vez que novas provisões devem ser adicionadas.”

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Ao todo, a carteira agro representa cerca de um terço da exposição total de crédito do Banco do Brasil, somando aproximadamente R$ 400 bilhões.

Historicamente, essa carteira apresentava bom desempenho, mas surpreendeu negativamente nos últimos trimestres.

“Observamos fatores econômicos e comportamentais impactando o desempenho do crédito. Hoje, é mais fácil para os produtores entrarem com pedido de recuperação judicial.”

O instrumento, inclusive, já foi criticado pela administração do BB diversas vezes nas conferências de resultados.

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“Diante desses fatores inesperados, prevemos uma camada extra de risco nos modelos de perda esperada. Estimamos cerca de 3% adicionais de provisões, levando a uma taxa de aproximadamente 8% da carteira agro até 2026, o que deve pressionar os lucros do banco.”

Não é só o agro

No entanto, o Itaú BBA afirma que os problemas de crédito do BB não se limitam ao agronegócio.

“Como já vínhamos destacando, renegociações maiores realizadas em 2023-2024 com clientes de varejo e empresas agora estão se tornando inadimplentes e exigindo provisões.”

O volume de créditos renegociados com pessoas físicas, pequenas e grandes empresas está subindo trimestre após trimestre.

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“Isso indica pressão contínua sobre a inadimplência futura, pois uma parte dessas renegociações costuma falhar.”

A ação do BB fechou em queda de 0,60%, a R$ 21,60.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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