BBSE3, CXSE3, IRBR3, PSSA3: Lucro até 50% maior; o que esperar das seguradoras no 1T25?

As seguradoras tiveram um trimestre mais morno, afirma o Safra em relatório.
De acordo com o banco, os números da Susep, superintendência que regula o setor, sugerem que a temporada será ligeiramente mais fraca, com a BB Seguridade (BBSE3) e a Caixa Seguridade (CSXE3) mostrando números pouco empolgantes.
Já a Porto (PSSA3) deverá ser prejudicada pelos sinistros (ocorrência de um evento coberto pela apólice que gera direito à indenização) em automóveis.
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Por outro lado, a receita financeira deve ser ‘bombada’ por níveis mais altos de taxas de juros. Atualmente, a Selic está em 14,25%, o maior patamar desde o período da presidente Dilma Rousseff (2012-2016).
Outros segmentos, como saúde, bancos, como no caso da Porto, e consórcio para a Caixa Seguridade, devem compensar as cifras mais baixas.
Dentre as empresas, a com maior projeção de alta é o IRB (IRBR3), com expectativa de salto de 50% no lucro.
Veja abaixo
IRB
Data do balanço: 12 de maio
Projeção de alta do lucro: 52,6%
Recomendação: Neutra
Segundo o Safra, o lucro do IRB deverá bater em R$ 121 milhões, alta de 7% no trimestre e de 52,6% no ano.
Para os analistas, apesar do desempenho ainda fraco do PIB (+2% em relação ao ano anterior, sendo +1% no Brasil e +3% no exterior), “esperamos que um menor índice de retrocessão (22%) impulsione um melhor desempenho em termos de prêmios ganhos (+12% em relação ao ano anterior)”.
- Glossário: Índice de retrocessão é a proporção do risco ou do prêmio ressegurado que uma resseguradora repassa para outras resseguradoras. Ele mostra o quanto uma resseguradora está transferindo do risco que assumiu originalmente.
Por outro lado, uma maior sinistralidade (+90 bps em relação ao trimestre anterior, para 64,9%) e índice de comissão (+30 bps em relação ao trimestre anterior) devem levar a um índice combinado de 101,9%.
BB Seguridade
Data do balanço: 5 de maio
Projeção de alta do lucro: 11,5%
Recomendação: Compra
Segundo os analistas, o lucro da BB Seguridade baterá em R$ 2 bilhões, alta de 11,5% no ano, mas queda de 5,5% no trimestre.
Para a Brasilseg, o Safra projeta queda de 2% nos prêmios emitidos, impactada principalmente por uma forte deterioração no seguro prestamista (-22% a/a), parcialmente compensada pelo crescimento de 8% no seguro rural e +7% no seguro vida.
“Esperamos que a sinistralidade consolidada permaneça estável a/a, com uma sinistralidade maior no seguro rural e no seguro prestamista (23% e 38%), contrastando com a melhora no seguro vida”.
Já os resultados financeiros da Brasilprev devem melhorar sequencialmente para R$ 157 milhões, resultando em um lucro líquido de R$ 409 milhões.
Caixa Seguridade
Data do balanço: 6 de maio
Projeção de alta do lucro: 6,8%
Recomendação: Compra
Os analistas projetam lucro de R$ 987 milhões para a Caixa Seguridade, alta de 7% no ano.
No segmento de risco, os prêmios de crédito imobiliário permanecem em ritmo de crescimento sólido e
consistente, de acordo com o banco.
Já os prêmios de seguro prestamista devem apresentar desaceleração considerável (-20%a/a), ainda não totalmente compensada pelos juros do seguro de vida.
O Safra espera ainda que a sinistralidade consolidada aumente 6,01 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, refletindo principalmente o retorno do seguro de vida prestamista aos níveis normais.
Porto
Data do balanço: 9 de maio
Projeção de alta do lucro: 9%
Recomendação: Compra
No caso da Porto, o Safra projeta lucro de R$ 720 milhões, alta de 9% no ano.
No segmento de automóveis, os analistas esperam um melhor desempenho dos prêmios (+6% a/a) — parcialmente compensado por uma maior sinistralidade (62,4%, +6,2 pontos percentuais a/a) — retornando a patamares mais próximos em relação à média histórica.
“Enquanto isso, esperamos que os demais ramos de seguros sustentem níveis de crescimento acima de 10% em relação ao ano anterior em prêmios”.
Para a Porto Saúde, o Safra projeta um crescimento de prêmios de 39% em relação ao ano anterior, com uma sinistralidade de 72,4% (+0,50 bps em relação ao ano anterior).
Já o grande destaque será Porto Bank, com uma receita líquida se beneficiando do bom momento das receitas de tarifas, impulsionadas pelas cartas de crédito, “embora as operações de crédito provavelmente apresentem um aumento nos níveis de custo do risco”.