Economia

BC exagerou no corte da Selic e agora provocou os ‘deuses do câmbio e da inflação’, diz Parnes, da SPX

27 set 2021, 17:22 - atualizado em 27 set 2021, 17:22
Selic
A autoridade monetária subiu a taxa Selic para 6,25% na última quarta-feira e sinalizou uma terceira alta de 100 pontos-base para a reunião de outubro (Imagem: Reuters/Bruno Domingos)

O Banco Central tomou muito risco ao levar a taxa básica de juros ao patamar de 2% e agora está tendo que corrigir a inflação, adotando uma postura mais incisiva na condução da política monetária, de acordo com Beny Parnes, sócio da SPX Capital.

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“O BC provocou os deuses do câmbio e da inflação — que são deuses muito vingativos — e deu azar com a seca e o choque de alimentos”, disse Parnes, que é ex-diretor do Banco Central, em entrevista.

A autoridade monetária subiu a taxa Selic para 6,25% na última quarta-feira e sinalizou uma terceira alta de 100 pontos-base para a reunião de outubro.

Na sexta-feira, o IPCA-15 acumulado em 12 meses superou os 10% pela primeira vez desde 2016, levando a uma série de revisões nas projeções de inflação de bancos como JPMorgan, Barclays e Credit Suisse.

A SPX Capital, fundada em 2010 e uma das maiores gestoras independentes do Brasil, com cerca de R$ 56 bilhões sob gestão, já havia chamado atenção para a piora no quadro macroeconômico em sua última carta a clientes, em meio ao aumento das pressões inflacionárias e revisões baixistas para crescimento econômico.

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Fim de festa no exterior?

Parnes vê uma piora no cenário externo, com a proximidade do início da redução de estímulos pelo Fed, o banco central dos Estados Unidos.

“Não digo que a piscina vai secar de uma hora para a outra, mas vai começar a esvaziar”, disse. “O mercado vai ficar mais seletivo com a inflação aparecendo no mundo e os bancos centrais querendo sair da festa.”

Adicionalmente, a China deve seguir adotando medidas que trazem ruído na economia mundial, em meio a uma mudança em seu modelo de desenvolvimento, segundo Parnes. “Daqui para frente, a China não será mais fonte de boas notícias para o Ocidente.”

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bloomberg@moneytimes.com.br