Banco Central Europeu (BCE)

BCE enfrenta pedido para acabar com reuniões privadas após vazamento de economista-chefe

17 set 2021, 11:12 - atualizado em 17 set 2021, 11:13
Economista-chefe do BCE, Philip Lane 27/09/2019.
Philip Lane, revelou em uma reunião privada com economistas alemães que o BCE espera atingir sua meta de inflação de 2% até 2025 (Imagem: REUTERS/Gary He)

O Banco Central Europeu está enfrentando um pedido para acabar com a prática de realizar reuniões a portas fechadas com o setor privado depois que o economista-chefe do BCE, Philip Lane, supostamente divulgou uma previsão não publicada de inflação em um evento desses.

O Financial Times informou na quinta-feira que Lane revelou em uma reunião privada com economistas alemães que o BCE espera atingir sua meta de inflação de 2% até 2025 — informação que não era de domínio público e que pode ser usada para inferências sobre a trajetória futura dos juros.

A notícia foi parcialmente contestada pelo BCE, o banco central dos 19 países que usam o euro.

Sven Giegold, proeminente membro do Parlamento europeu, disse à Reuters que irá pedir em uma carta à presidente do BCE, Christine Lagarde, que tais reuniões sejam encerradas.

“O BCE tem que acabar com a prática de reuniões exclusivas com o setor privado em que não fica transparente o que eles disseram”, disse Giegold à Reuters.

Um porta-voz do BCE recusou-se a comentar as declarações de Giegold.

O FT disse que Lane informou na reunião que “o cenário de referência de médio prazo” mostra que a inflação se recupera para 2% “logo depois do fim de seu período de projeção de três anos.”

O BCE contestou os detalhes da matéria, que chamou de incorreto, e a conclusão do FT de que os juros da zona do euro podem ser elevados em 2023.

“O senhor Lane não falou em qualquer conversa com analistas que a zona do euro atingirá inflação de 2% logo depois do final do horizonte de projeção do BCE”, disse um porta-voz do banco em comunicado por escrito nesta sexta-feira.

Questionado sobre a data de 2025 mencionada pelo jornal, o porta-voz não comentou.

Um porta-voz do Financial Times disse que o jornal mantém sua reportagem e matéria.

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