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BCE quer novas métricas para fundamentar debate sobre estímulos

21 jan 2021, 20:10 - atualizado em 21 jan 2021, 20:10
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O BCE ampliou o suporte monetário para a economia em dezembro e justificou a decisão em parte pela necessidade de preservar condições de financiamento “favoráveis” para empresas e famílias (Imagem: Unsplash/@charlottevenema)

Autoridades do Banco Central Europeu pediram que os funcionários proponham novas maneiras de medir as condições financeiras na zona do euro, o que potencialmente fundamentaria decisões futuras sobre quanto estímulo é necessário na economia da região, abalada pela pandemia.

O Comitê de Política Monetária do BCE foi encarregado de apresentar propostas a tempo para a reunião de março, segundo pessoas familiarizadas com a questão. De acordo com essas fontes, que pediram anonimato porque as discussões têm caráter privado, alguns representantes do alto escalão desejam novas maneiras de medir o impacto dos juros em mínimas históricas e das compras de ativos pelo BCE sobre as condições de crédito.

O BCE ampliou o suporte monetário para a economia em dezembro e justificou a decisão em parte pela necessidade de preservar condições de financiamento “favoráveis” para empresas e famílias. Como o significado desse termo ainda não foi esclarecido, os investidores não sabem quais condições desencadeariam novas medidas por parte da instituição sediada em Frankfurt.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, foi questionada na quinta-feira sobre quais indicadores estão sendo considerados e respondeu que ela e seus colegas adotarão uma abordagem ampla.

“Nossa avaliação das condições de financiamento favoráveis não é determinada por nenhum indicador único”, disse ela. “É uma abordagem holística. Leva em consideração vários indicadores, como empréstimo bancário, condições de crédito, rendimento dos títulos corporativos, rendimento dos títulos soberanos, e é combinando todos eles que tentamos avaliar se as condições de financiamento são favoráveis ou não.”

Segundo as fontes, o economista-chefe Philip Lane supervisionou as discussões sobre várias opções durante a reunião desta semana — desde a escolha de um conjunto mais ou menos flexível de indicadores até a construção de índices fixos. Essas pessoas também destacaram que, seja qual for a conclusão, é preciso manter flexibilidade suficiente e espaço para avaliação. Nem todos no alto escalão do BCE concordam sobre a necessidade de novas métricas.

Durante um seminário separado sobre instrumentos de política governamental que faz parte da revisão estratégica do BCE, as autoridades também discutiram o futuro dos planos de compra de ativos e se os elementos do programa de compras emergenciais na pandemia devem permanecer e ser aplicados a um programa de compra de ativos mais antigo.