BEEF3, JBSS32 e MBRF3: O que esperar do balanço do 3T25 dos frigoríficos
						O terceiro trimestre de 2025 (3T25) deve ser marcado por uma melhora sequencial nos resultados do setor de frigoríficos.
Segundo o Bank of America (BofA), as margens da carne bovina tendem a permanecer desafiadoras nos Estados Unidos, mas sólidas no Brasil. Já o segmento de aves deve apresentar retração de margens tanto no mercado brasileiro quanto no norte-americano.
A resiliência das margens no Brasil reflete o aumento dos preços de exportação, mesmo diante das tarifas impostas pelos EUA. Por outro lado, a deterioração nos resultados do frango decorre do pior mix de exportações e da queda nos preços internacionais.
No entanto, para o BTG Pactual, o 3T25 marca o fim do impulso positivo de lucros que vinha sustentando o setor nos últimos trimestres. O banco mantém recomendação de compra apenas para JBS (JBSS32), com preço-alvo de R$ 110 para as BDRs.
“A oferta de frango está aumentando nos EUA, e a queda de 45% nos preços médios desde maio mostra como os ciclos das aves podem mudar rapidamente”, afirmaram Thiago Duarte e Guilherme Guttila, analistas do BTG.
No BofA, Isabella Simonato e Julia Zaniolo também reiteram recomendação de compra apenas para JBS, com preço-alvo de US$ 20 para as ações negociadas na Nyse. Segundo elas, a queda de 12% nas ações em outubro (até o dia 27) reflete preocupações com margens nos EUA, mas o resultado mais forte do trimestre deve atuar como gatilho positivo para os papéis.
Para MBRF (preço-alvo de R$ 26) e Minerva (preço-alvo de R$ 7,40), o banco mantém postura neutra.
A Minerva divulga seus resultados do 3T25 amanhã (5), enquanto MBRF e JBS reportam seus números no dia 13 de novembro.
O 3T25 dos frigoríficos
Minerva
O BofA projeta resultados operacionais sólidos para a Minerva Foods (BEEF3) no 3T25, impulsionados pela conclusão do ramp-up das plantas adquiridas da Marfrig.
Apesar das tarifas dos EUA sobre a carne bovina brasileira, os preços de exportação continuaram a subir, sustentando a expansão das margens. O banco estima receita líquida de R$ 14,4 bilhões e Ebitda de R$ 1,4 bilhão, alta de 7,5% em relação ao 2T25, com margem de 9,7%. A dívida líquida deve cair para R$ 12,9 bilhões, ante R$ 14,2 bilhões no trimestre anterior.
A XP Investimentos, por sua vez, projeta lucro líquido de R$ 239 milhões, avanço de 154% sobre o 3T24, ainda que ligeiramente abaixo do consenso de mercado (R$ 260 milhões). A corretora recomenda compra, com preço-alvo de R$ 7,90.
JBS
O BofA espera melhora nos resultados da JBS na comparação com o 2T25, que foi mais fraco. A receita deve crescer 12% na base anual, sustentada por preços mais altos das proteínas e aumento de volumes.
Nos EUA, o BTG destacou desempenho acima do esperado da Pilgrim’s Pride Corporation (PPC), subsidiária da JBS, o que deve influenciar positivamente o resultado consolidado. Incorporando o desempenho da PPC, o banco agora projeta Ebitda de R$ 10,1 bilhões para o trimestre.
MBRF
Para a XP, o 3T25, primeiro balanço pós-fusão da MBRF, deve evidenciar a força da diversificação de portfólio — tanto em proteínas quanto em geografias.
Os analistas destacam que a América do Sul deve se beneficiar da integração das operações no Uruguai, mantendo margens de dois dígitos baixos.
No consolidado, a XP estima receita líquida de R$ 42,6 bilhões — alta de 13% sobre o 3T24 e de 12% em relação ao 2T25. O Ebitda ajustado deve somar R$ 3,4 bilhões, representando queda de 12% na base anual, mas alta de 10% ante o trimestre anterior.
O BofA apresenta projeções semelhantes, estimando Ebitda de R$ 3,3 bilhões e receita líquida de R$ 40 bilhões.