Berkshire, de Buffett, não sabe tamanho do estrago que tarifas de Trump podem causar

O tamanho do impacto das tarifas que o presidente Donald Trump implementou é uma dúvida até para a Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett.
No relatório de resultados trimestrais, a companhia afirmou que não é possível estimar, com exatidão, como as taxas afetarão os negócios das empresas investidas pela Berkshire.
“Atualmente, não conseguimos prever de forma confiável a natureza, o momento ou a magnitude das potenciais consequências econômicas dessas mudanças, tampouco os impactos”, afirmou a empresa.
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Além disso, a holding alertou que alterações nas condições macroeconômicas e eventos geopolíticos — incluindo mudanças em políticas comerciais internacionais e tarifas — podem impactar negativamente os seus resultados operacionais.
Em maio, durante a reunião anual da Berkshire, Buffett defendeu fortemente o livre comércio, afirmando que tarifas não deveriam ser usadas como uma “arma”. Ele completou: “o comércio equilibrado é bom para o mundo”.
Queda de receita e prejuízo com a Kraft Heinz
No segundo trimestre, a Berkshire já começou a sentir alguns efeitos. O grupo de produtos de consumo — que inclui empresas como Fruit of the Loom, Jazwares e Brooks Sports — teve uma queda de 5,1% na receita.
A companhia explicou que as tarifas causaram atrasos em pedidos e envios.
O lucro líquido da Berkshire recuou 4%, para US$ 11,16 bilhões.
A empresa também registrou uma perda por imparidade de US$ 3,76 bilhões relacionada ao investimento na Kraft Heinz, reconhecida no segundo trimestre e nos primeiros seis meses de 2025.
Caixa em queda
O caixa da empresa também caiu 1% no trimestre, para US$ 334 bilhões — a primeira retração em três anos, segundo a Bloomberg.
Este foi o primeiro resultado divulgado após o chamado “mago de Omaha” anunciar sua aposentadoria, na última conferência de resultados.
Desde então, a ação despencou 12% com incerteza em torno no novo CEO.
Com informações da Reuters