Bilionário de contêineres alerta para piora da crise de vírus
O bilionário filipino Enrique Razon disse que já descartou o ano de 2020 devido ao impacto da pandemia de coronavírus sobre as maiores economias. Ele acredita que o pior ainda está por vir.
Os volumes da operadora portuária International Container Terminal Services, onde Razon é presidente do conselho e opera terminais em quase 20 países, provavelmente caíram de 10% a 15% no mês passado e devem encolher ainda mais em abril, disse Razon na terça-feira.
A Bloomberry Resorts, controlada por Razon, fechou as operações de jogos durante o confinamento em Luzon, maior ilha das Filipinas.
“Teremos que contabilizar perdas maiores no futuro”, disse em entrevista por telefone à TV Bloomberg. “A única coisa que conta agora é derrotar o vírus.”
Razon afirmou que seu conglomerado tem quantia “saudável” de dinheiro, portanto, “realmente não há preocupações”.
Ele apoia a extensão da quarentena em Luzon por suas semanas em abril e espera que a recuperação dos gastos do consumidor leve algum tempo, mesmo depois que a quarentena for levantada, pois as pessoas tendem a se concentrar na compra de itens básicos e a economizar.
“As preocupações das empresas são secundárias neste momento”, disse. “Reduzam o contágio. Levantar a quarentena neste ambiente vai ser muito complicado, muitas pessoas estão subestimando o que isso realmente vai exigir.”
Os comentários de Razon contrastam com alguns bilionários e elite empresarial dos EUA, que têm pressionado pela reativação da economia dos EUA, mesmo com o crescimento do número de casos e mortes por coronavírus.
Enquanto isso, os gargalos começam a diminuir no maior porto das Filipinas, onde a ICTSI opera o Terminal Internacional de Contêineres de Manila.
O governo impôs prazos mais apertados e pesadas multas às cargas que permanecem além do período permitido, disse Razon. Nos estágios iniciais do bloqueio, as saídas de contêineres do terminal caíram acentuadamente e o congestionamento ameaçou fechar o porto.