Mercados

Bill Gates ganha com alta de 196% de ação de firma de jatos privados

03 fev 2021, 16:41 - atualizado em 03 fev 2021, 16:41
Gates quadruplicou sua participação entre julho e agosto do ano passado (Imagem: REUTERS/Denis Balibouse)

A crise de coronavírus não impediu as viagens aéreas dos ricos globais. A diferença é que eles voam cada vez mais em jatos privados, e alguns têm conseguido enormes retornos com a tendência.

Bill Gates, Nassef Sawiris, James Packer e Kerry Stokes acumularam mais de US$ 1,2 bilhão na maior operadora mundial de bases de jatos particulares, segundo dados compilados pela Bloomberg. A empresa, Signature Aviation, recentemente se tornou foco de uma disputa de aquisição envolvendo a Blackstone, Carlyle e Global Infrastructure Partners (GIP), o que ajudou suas ações a quase triplicarem de preço desde a mínima em meados de março.

Os voos privados são uma das poucas categorias de viagens que resistiram durante a pandemia de Covid-19, oferecendo aos mais abastados a oportunidade de voar, mas minimizando o risco devido ao contato com outros passageiros. Como o tráfego global de passageiros de companhias aéreas caiu, a atividade de jatos particulares teve melhor desempenho e estava no mesmo nível nas primeiras três semanas de janeiro em relação ao início de 2020, apesar da nova onda de coronavírus, de acordo com pesquisa da empresa de consultoria e dados de aviação WingX.

“Alguns clientes só voavam comercialmente antes da pandemia, mas a Covid-19 mudou tudo”, disse Michael S. Harris, diretor de family office na Verdence Capital Advisors, que administra cerca de US$ 2,5 bilhões. “A maneira como viajamos agora pode ter mudado para sempre.”

Gates, que se tornou o maior acionista da Signature depois de se tornar investidor da empresa em 2009, quadruplicou sua participação entre julho e agosto do ano passado. Sawiris, a pessoa mais rica do Egito de acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg, mais que dobrou sua fatia em 2020, para 7,4%, tornando-se o terceiro maior acionista da empresa. Firmas de investimento do bilionário de cassinos Packer e do magnata da mídia Stokes surgiram no mês passado como beneficiárias de um fundo administrado pela 2B Investments (Australia) Holdings, que emergiu como acionista quando a pandemia ganhava força em março.

A recente disputa pela aquisição da Signature impulsionou as ações, levando o valor de mercado da empresa para 3,5 bilhões de libras (US$ 4,8 bilhões). Depois que a empresa foi abordada pela Blackstone – apoiada por Gates -, o Carlyle disse que avalia fazer uma oferta e tem até 4 de fevereiro para formalizar seu interesse, segundo comunicado de 7 de janeiro da Signature.

O GIP voltou à disputa em 11 de janeiro com uma oferta de compra de US$ 4,6 bilhões que foi aceita pela Signature, embora a empresa tenha dito que consideraria outras propostas. A Blackstone e Gates, que se uniram, bem como o Carlyle ainda podem superar o GIP com ofertas mais altas.

A participação de 16% que Gates possui diretamente por meio de sua holding, a Cascade Investment, agora vale cerca de US$ 780 milhões, enquanto a fundação de sua família controla outros 2,7% avaliados em quase US$ 150 milhões, segundo os documentos. A NNS Holding, de Sawiris, possui cerca de US$ 350 milhões após acumular mais ações da Signature no mês passado, aumentando sua aposta em uma guerra de propostas e na indústria de jatos particulares.

Representantes da Signature, da empresa de investimento de Packer – Consolidated Press Holdings – da NNS, da Cascade Investment e da Seven Group Holdings, onde Stokes é presidente do conselho, não quiseram comentar.

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