Moedas

BIS vê desafios adicionais para manter fluxo de financiamento em dólar

01 abr 2020, 12:23 - atualizado em 01 abr 2020, 12:23
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Os custos de empréstimo do dólar subiram no mês passado para níveis vistos pela última vez durante a crise financeira de 2007 e 2008 (Imagem: Unsplash/@jpvalery)

Ações recentes do Federal Reserve tornaram mais fácil e barato obter dólares por meio de mercados de derivativos, mas outros problemas devem ser resolvidos para assegurar que esses mercados permaneçam abertos, disse o Banco de Compensações Internacionais (BIS).

O grupo ‘guarda-chuva’ dos bancos centrais do mundo disse que uma característica distintiva da crise atual é a necessidade de garantir que os fundos em dólares permaneçam disponíveis para as empresas que estão mais envolvidas nas cadeias de suprimentos globais e com necessidade constante de capital de giro.

“Preservar o fluxo de pagamentos ao longo dessas cadeias é essencial para evitar um maior colapso econômico”, disseram economistas do BIS, com sede na Suíça, em um relatório publicado nesta quarta-feira.

Os custos de empréstimo do dólar subiram no mês passado para níveis vistos pela última vez durante a crise financeira de 2007 e 2008, à medida que empresas e gestores de recursos preocupados com o impacto do coronavírus e as medidas para contê-lo correm para garantir o financiamento na moeda dos EUA.

Uma medida amplamente observada é o swap de base cambial –a diferença entre a taxa de juros do dólar nos mercados monetários e a taxa de juros implícita do dólar no mercado de swap cambial. Uma base negativa significa que o empréstimo via swaps cambiais é mais caro do que usar os mercados de dólar.

A taxa de swap para três meses no par euro/dólar aumentou para mais -120 pontos-base no mês passado, níveis vistos pela última vez durante a crise financeira global. As taxas eram negociadas a 45 pontos-base nesta quarta-feira, refletindo as ações de bancos centrais para injetar liquidez em dólar.

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O grupo ‘guarda-chuva’ dos bancos centrais do mundo disse que uma característica distintiva da crise atual é a necessidade de garantir que os fundos em dólares permaneçam disponíveis (Imagem: Reuters/Thomas White)

Os custos diminuíram após ação do Fed, primeiro renovando as linhas de swap com os principais bancos centrais, estendendo instrumentos semelhantes a outros bancos centrais e, finalmente, estabelecendo uma nova ferramenta temporária de “recompra”.

Mas muitas economias ainda não têm linhas de swap com o Fed, apontou o relatório do BIS.

Um descasamento de longo prazo entre a demanda por dólares e sua oferta pelos bancos globais levou a um aumento da pressão no mercado de swap cambial que se intensificou com a crise do coronavírus.

Dados agregados do BIS mostraram que a quantidade total de operações com derivativos em circulação no final de junho de 2019 era de 72 trilhões de dólares, com swaps cambiais estimados em cerca de três quartos desse total.

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