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Bitcoin acelera fuga do dólar em meio a incertezas globais

16 out 2025, 10:50 - atualizado em 16 out 2025, 10:50
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Bitcoin: Rompimento do topo histórico em US$ 125.750 não se sustentou, refletindo fragilidade do mercado. (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic)

O rompimento do topo histórico do Bitcoin, em US$ 125.750, durou o tempo necessário para atrair o investidor de varejo, mas não apresentou continuidade de alta. Após 12 dias sem correções significativas, o preço do Bitcoin virou para baixo, rompendo suportes em US$ 120 mil, em meio a preocupações renovadas com a guerra comercial entre EUA e China.

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O salto de US$ 108 mil para US$ 123 mil foi impulsionado por squeezes de posições curtas e entrada de fluxo em ETFs, que ultrapassou US$ 875 milhões em 7 de outubro.

BlackRock e Fidelity lideraram os aportes, com US$ 899 milhões só no IBIT, elevando o patrimônio total (AUM) dos ETFs para US$ 164,9 bilhões. No entanto, o topo de US$ 125.750, atingido em 6 de outubro, não teve o follow-through esperado: o volume de contratos perpétuos, 8 a 10 vezes maior que o mercado à vista, absorveu a euforia inicial, enquanto vendedores no spot descarregaram posições, empurrando o preço de volta para US$ 122 mil.

Dados on-chain indicam acumulação por holders de 100 a 1.000 BTC, mas com 72% da oferta ilíquida, o mercado mostrou fragilidade: sem demanda orgânica além dos derivativos, o rompimento não se sustentou. O cenário geopolítico também acelerou a queda observada em diversas altcoins, que chegaram a despencar até 65% em seu pior momento, antes de reduzir perdas e encerrar o dia com recuo em torno de 22%, como no caso da Cardano.

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Ventos macroeconômicos e o impacto nas criptos

As bolsas americanas e o ouro seguem rompendo máximas, mesmo após o choque comercial entre EUA e China. O Russell 2000, índice de small caps, continua renovando recordes, sustentado pela percepção de que o Fed está mais atrás da curva do que se imaginava, após revisões nos dados de emprego.

Em outubro, a tese do “debasement trade” ficou evidente, com o mercado rotacionando do dólar para o ouro e o Bitcoin. O DXY caiu de 108 para 96 pontos no pior momento do ano, acumulando recuo anualizado de 9%. Para uma moeda forte como o dólar, a queda é significativa.

Apesar disso, o investidor global mantém exposição às bolsas americanas. A tese de recuperação econômica nos EUA continua sólida, com cortes de juros antecipados favorecendo Dow Jones e Russell, enquanto a narrativa de que a inteligência artificial impulsionará a produtividade segue sustentando o Nasdaq.

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A entrada da Robinhood no S&P 500 em 22 de setembro, substituindo a Caesars Entertainment, marcou a validação da fintech como player institucional. As ações subiram 15% no dia do anúncio, com market cap atingindo US$ 91,5 bilhões, canalizando fluxos para ativos digitais como ETFs de Bitcoin e Ethereum.

Ethereum e altcoins

A dominância do Bitcoin (BTC.D) caiu de 60,5% em abril para abaixo de 58% no início de outubro, sinalizando rotação para altcoins. Os inflows de ETFs de ETH somam US$ 3,2 bilhões semanais, enquanto o índice de altseason está neutro em 55/100, refletindo um verdadeiro cabo de guerra no mercado.

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O Ethereum rejeitou topos anteriores em US$ 4.750, que precisariam de força para mirar US$ 5 mil. A correção recente, contudo, pode representar uma oportunidade de curto prazo, embora a cautela seja necessária diante de alta volatilidade e riscos geopolíticos, como a guerra tarifária EUA x China.

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