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Bitcoin (BTC) morreu? Conforme métricas, fundamentos ainda valem para o ativo

20 jun 2022, 18:07 - atualizado em 20 jun 2022, 18:42
Bitcoin morreu
Confira algumas métricas que mostram os fundamentos da criptomoeda. (Imagem: Leonardo Rubinstein Cavalcanti/Crypto Times)

Neste atual mercado de baixa do Bitcoin (BTC) e demais criptoativos, muitos investidores acabam balanceando suas carteiras, vendendo no prejuízo ou até mesmo aportando mais capital. Entretanto, segundo as métricas “onchain” do bitcoin, neste ciclo as baleias – investidores com grandes quantias – estão mais agitadas do que o comum.

Desde o começo do ano o mercado vem passando por fortes recuos, em uma recessão já considerada histórica por muitos analistas. Em toda sua história, o “Bitcoin morreu” 455 vezes segundo o “Bitcoin Obituaries”, site que compila as notícias e famosos declarando que o bitcoin não vai mais recuperar-se. Somente neste ano, foram 15 “mortes declaradas”.

Mesmo assim, a partir de dados do blockchain do bitcoin, é possível ver que algumas baleias do mercado estão contrariando essa ideia e acumulando mais bitcoins. Já outras, de anos atrás, estão movimentando pela primeira vez seus ativos empoeirados.

De fato, o cenário não está bom

A recessão está sendo forte, a capitalização de mercado do Bitcoin saiu de US$ 874 bilhões em janeiro de 2022 para US$ 386 bilhões neste mês de junho.

bitcoin morreu?
(Imagem: Blockchain.com)

A receita dos mineradores de Bitcoin – recompensa por produzir mais moedas e coloca-lás em circulação no mercado – também caiu de US$48,207 milhões para US$ 16,24 milhões desde o começo do ano.

bitcoin morreu
(Imagem: Blockchain.com)

Mesmo com o recuo no valor do mercado da criptomoeda, e na receita dos mineradores, a emissão de novos bitcoins no mercado continuou conforme previsto em seu código – criado em 2009 – e observou um aumento linear e programado.

bitcoin morreu
(Imagem: Blockchain.com)

Para que serve o Bitcoin (BTC)?

Muitos discutem acerca das teses de pagamento e reserva de valor. Segundo algumas métricas, desde o ano passado, os investidores preferem acumular a usar seus bitcoins como moeda de troca.

O sentimento de acúmulo pode ser sentido no número de pagamentos diários usando bitcoin diminuindo, e não voltando ao seu pico do final do ano passado.

Em abril de 2021, esse número atingiu um pico em três anos de 930 mil pagamentos diários com bitcoin. Em junho deste ano, esse número recuou para 558 mil. 

bitcoin morreu
(Imagem: Blockchain.com)

Baleias acumulando Bitcoins

Os investidores de bitcoin de longa data (de 7 a 9 anos atrás) tem o costume de movimentar seus bitcoins em períodos que precedem um mercado de alta, ou um novo ciclo de mercado.

Atualmente, estamos observando o maior número de investidores de 10 anos atrás movimentarem seus ativos (linha laranja no gráfico abaixo).

bitcoin morreu
(Imagem: Lookintobitcoin.com)

Entretanto, a quantidade de carteiras com mais de 10 BTC cresceu durante esse período de recessão, assim como geralmente acontece em períodos de baixa no mercado. Algo que pode significar novas baleias entrando no mercado por meio dos recuos nos preços.

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Número de carteiras com mais de 10 BTC em um ano. (Imagem: Lookintobitcoin.com)

No mercado de baixa em 2018, o “inverno cripto”, esse número também crescia inversamente proporcional ao preço da criptomoeda:

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Carteiras com mais de 10 BTC ao longo da história. (Imagem: Lookintobitcoin.com)

O mesmo movimento pode ser visto com o número de carteiras que possuem mais de 100 BTC. Tanto neste período de recessão, como ao longo da história.

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Carteiras com mais de 100 BTC em um ano. (Imagem: Lookintobitcoin.com)

No gráfico que mostra durante toda a história do bitcoin, é possível observar a mesma sinergia entre o número de carteiras com mais de 10 BTC:

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Carteiras com mais de 100 BTC durante a história. (Imagem: Lookintobitcoin.com)

As pessoas ainda usam essa moeda?

Uma métrica importante para ficar atento é o hashrate, ou seja, a quantidade de poder computacional utilizado para realizar a mineração da criptomoeda.

O hashrate é um indicador de saúde da rede. O motivo é que, quanto maior – ou seja, mais difícil – for minerar o bitcoin, menos sujeito a ataques o ativo estaria.

O indicador também pode mostrar a competição desse mercado, uma vez que a dificuldade da rede do bitcoin se ajusta a quantidade de mineradores fazendo o trabalho. Quanto mais mineradores existem, mais difícil é minerar.

Em 2022, a rede do bitcoin atingiu máximas históricas de hashrate, e atualmente vem tendo uma sequência de aumentos considerada interessantes por analistas, justamente por mostrar que o ativo continuaria seguro, e ainda atrai mineradores.

bitcoin morreu
Hashrate do Bitcoin desde janeiro de 2020. (Imagem: Lookintobitcoin.com)

Além dos indicadores mostrarem uma segurança na rede principal, existem métricas que apontam um crescimento na adoção e segurança da Lightining Network, segunda camada.

A Lightining Network é uma camada acima do Bitcoin usada para pagamentos no cotidiano. O motivo dela existir é por ser mais rápida e mais fácil de utilizar devido sua tecnologia de multi-assinatura.

Para garantir a segurança da Lightining Network, é necessário que hajam usuários verificando as transações na rede. Para isso, esses usuários podem executar um nó de verificação em sua casa.

Diferente de mineração, os nós apenas verificam transações na rede. O minerador é quem junta essas informações em um bloco e valida ele, juntando-o aos demais da cadeia.

O número de nós validadores da rede Lightining aumentou neste ano de 2022, e chegou a atingir sua máxima histórica de 20.707. Mesmo recuando em seguida, o número de nós verificando e assegurando a camada 2 do Bitcoin ainda é maior do que comparado com o ano passado.

Número de nós validadores da rede Lightining desde maio de 2021. (Imagem: Lookintobitcoin.com)

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Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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