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Bloomberg foca em ‘ChatGPT’ para análises financeiras; é o fim dos analistas?

01 abr 2023, 11:00 - atualizado em 01 abr 2023, 9:31
Inteligência artificial Bloomberg GPT
Segundo a empresa, esse modelo ajudará a Bloomberg a melhorar as tarefas de análises financeiras existentes (Imagem: Freepik)

A Bloomberg Terminal, plataforma de informação financeira, anunciou nesta quinta-feira (31) o desenvolvimento do BloombergGPT. A ferramenta será um chatbot de inteligência artificial, como o ChatGPT, mas focado em fornecer análises e dados financeiros.

Segundo a empresa, esse modelo ajudará a Bloomberg a melhorar as tarefas de análises financeiras existentes, como análise de sentimento, reconhecimento de entidade nomeada, classificação de notícias, resposta a perguntas, entre outras.

Além disso, a empresa afirmou que o BloombergGPT abrirá novas oportunidades para organizar as vastas quantidades de dados disponíveis no Bloomberg Terminal.

“Por todas as razões pelas quais os LLMs [modelos de linguagem] generativos são atraentes – aprendizagem em poucas fotos, geração de texto, sistemas de conversação etc –, vemos um enorme valor em ter desenvolvido o primeiro LLM focado no domínio financeiro”, disse Shawn Edwards, diretor de tecnologia da Bloomberg.

Gideon Mann, chefe da equipe de pesquisa e produto de aprendizagem de máquina da Bloomberg, explicou que o BloombergGPT vai se beneficiar da grandes quantidades de dados que a Bloomberg Terminal já possui em décadas de funcionamento..

“Graças à coleção de documentos financeiros que a Bloomberg organizou ao longo de quatro décadas, fomos capazes de criar cuidadosamente um conjunto de dados específico de domínio grande e limpo para treinar um LLM mais adequado para casos de uso financeiro. Estamos entusiasmados em usar o BloombergGPT para melhorar os fluxos de trabalho de NLP existentes, ao mesmo tempo que imaginamos novas maneiras de colocar esse modelo em prática para encantar nossos clientes”, comentou.

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Bloomberg GPT é o fim dos analistas?

Robson Harada, CMO do MB (Mercado Bitcoin), comenta que sua visão sobre o assunto é mais pragmática e menos alarmista. Harada ressalta o fato de que, ao longo da humanidade, a interação com a tecnologia geralmente converge para o mutualismo.

“Se analisarmos a história da humanidade, a interação do ser humano com a tecnologia, é possível observar que sempre foi no sentido da tecnologia amplificar trabalho humano. Isso vem desde sempre”, diz.

Os ciclos tecnológicos sempre fizeram com que aumentasse a capacidade humana de produção, seja ela cognitiva ou mecânica.

“Eu vejo muito mais uma adaptação do que uma substituição ao que essas tecnologias são capazes de fazer pela gente. No caso do analista, é muito mais voltado a ele aprender a interagir com a tecnologia para poder se aproveitar delas”, explica.

Harada comenta que a especialização será muito mais voltada para “fazer a pergunta certa”. Ou seja, como utilizar comandos para aproveitar a tecnologia ao máximo, e escalar o próprio trabalho.

O ponto-chave é a criatividade humana ser utilizada da melhor forma para amplificar ao máximo as análises financeiras.

Harada comenta que este movimento já está sendo feito no Mercado Bitcoin. Os publicitários, copywriters e marketeiros estão sendo treinados a utilizar ferramentas de inteligência artificial.

“Estamos treinando os copywriters para que, ao invés de produzirem manualmente, saibam alimentar ferramentas como o ChatGPT, por exemplo, para conseguir extrair mais versões de peças publicitárias, campanhas. Estamos lançando um produto novo, inclusive, em que toda campanha foi feita com IA”, diz.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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