Mercados

‘Blue Chips’ x ‘Techs’: alta de 14,4% do Dow Jones em outubro mostra trunfo de ações defensivas

31 out 2022, 18:51 - atualizado em 31 out 2022, 19:05

mercado financeiro

O índice Dow Jones, que une as 30 ações industriais mais negociadas dos EUA, terminou outubro apresentando 14,4% em ganhos, o melhor resultado desde 1976, e uma pontuação próxima dos 33 000 (uma barreira que mantém o Dow Jones ainda em tendência baixista).

O índice das blue chips americanas ganhou tração, sobretudo, na última quinzena de outubro, beneficiado pelos resiliência da economia americana no terceiro trimestre, como mostrado pelo PIB trimestral, e pela possibilidade de um Federal Reserve mais comportado na reunião de dezembro.

Outro fator de destaque foi a temporada de balanços, que até aqui recompensou mais o perfil de empresas que formam o Dow: companhias bem-estabelecidas que, por serem dominantes em seus mercados, apresentam taxas praticamente estáveis de crescimento,  mas que por outro lado trazem garantia de retorno aos acionistas.

Chevron (CVX), Exxon Mobil (XOM), Coca-Cola (KO) e Johnson’s & Johnson’s (JNJ) são algumas dessas gigantes, que já reportaram resultados trimestrais notavelmente saudáveis, superando as expectativas do mercado em termos de lucro e vendas. O feito ganha ainda mais brilho, se considerada a piora das condições macroeconômicas nos Estados Unidos.

O país enfrenta uma inflação no acumulado do ano de 8,2% (segundo o CPI dos EUA) e uma taxa de juros que pode alcançar 4,00% ao fim dessa semana.  As condições financeiras mais apertadas tem provocado corrosão do poder de compra dos clientes e mais pressão de custos para as empresas.

Nasdaq, por outro lado…

O cenário não é tão colorido do lado das ‘techs’, principais constituintes do Nasdaq. O índice tecnológico subiu 5%, quase três vezes a menos do que o Dow Jones.

As ações do setor de tecnologia emergem da temporada corrente de números corporativos penalizadas pelo aumento do custo de capital, elemento-chave para o sustento de um modelo de negócio que depende de alta alavancagem (endividamento) para gerar as taxas de crescimento esperadas.

As empresas do Vale do Silício também sentiram o enfraquecimento do consumo, com consumidores pressionados a estabelecer novas prioridades em seus orçamentos. Em um cenário inflacionado, essa necessidade de escolha tende a beneficiar bens de consumo governados por demandas mais inelásticas (combustíveis, energia, alimentos, etc).

A queda de quase 50% do lucro operacional da Meta Platforms Inc. (META) e um crescimento quase sete vezes menor em receita da Alphabet (GOOG) revelam a penúria das big techs em um ambiente financeiro desprovido da mesma liquidez financeira de antes.

Os mercados americanos entraram no penúltimo mês do ano esperando um aumento de 0,75 pp em novembro. Já as expectativas para a reunião de dezembro estão mais acirradas, com analistas se dividindo em torno de um novo aumento de 0,75 pp., ou um incremento mais brando, de 0,50 pp.

A trilha escolhida pelo Federal Reserve no último mês de 2022 deverá ser determinante para compreender se as ‘blue chips’ continuará superando o grupo ‘tech’ ao fim do quarto trimestre de 2022. Por ora, o time de ações mais defensivas sai na frente.

Siga o Money Times no Instagram!

Conecte-se com o mercado e tenha acesso a conteúdos exclusivos sobre as notícias que enriquecem seu dia! Todo dia um resumo com o que foi importante no Minuto Money Times, entrevistas, lives e muito mais… Clique aqui e siga agora nosso perfil![

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.