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Boi cai até o atacado, menos no varejo, e explica parte da queda do IGP-M e alta do IPC

17 dez 2020, 12:32 - atualizado em 17 dez 2020, 13:04
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Mesmo com vendas baixas, varejos resiste em cortar margens enquanto no atacado a perda é maior (Imagem: Marcello Casal JrAgência Brasil)

A queda acumulada da carne bovina no atacado não chegou integralmente ao varejo. E talvez nem chegue tão já.

Quem não enxerga essa tendência é a Agrifatto. A consultoria registra queda de 10% na carcaça casada do boi castrado no atacado neste mês, mas, apesar da pouca disposição do consumidor, “o varejo está segurando, tentando recuperar as margens”, diz o analista Yago Travagini.

Parte dessa resistência do varejo em deixar menores preços da carne se reflete também no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que seguiu em aceleração na segunda prévia de dezembro, para 1,23%, na comparação com 0,51% do mês anterior. Ao contrário do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), que reflete o atacado, desacelerou a alta para 1,18% no mesmo período, segundo a FGV.

Os R$ 15,90 do kg no atacado, em recuo de 3% só nesta semana, ajudam os supermercados tentarem alguma onda de Natal pouco acima da lâmina d’água. Travagini acredita em em janeiro os varejistas terão que rever para uma política de preços menos dura.

Vale registrar que o recuo da carne adquirida pelo comércio corresponde quase à mesma proporção do boi mais barato este mês, que havia perdido mais de R$ 8 reais de 1º de dezembro até segunda, com leve recuperação nos últimos dois dias, pelo Cepea/Esalq para São Paulo.

Para as consultorias, a queda do animal negociado foi maior.

O indicador Cepea ficou ontem em R$ 265,15, enquanto o da Agrifatto também veio com modesto ganho, de 0,33% (R$ 250,42), e o da Scot ficou estável em R$ 253.

 

 

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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