Brasil passa por cima das tarifas e exportações de carne disparam em agosto; BTG destaca ação do setor

As exportações de carne bovina do Brasil cresceram 24% em agosto — em comparação com o mesmo período do ano anterior — e atingiram o terceiro maior volume mensal da história, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Em relatório publicado pelo BTG Pactual nesta sexta-feira (5), os analistas destacam que mesmo com tarifas impostas pelos Estados Unidos, a demanda externa sustentou preços que não eram atingidos desde 2022.
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O preço médio da carne bovina exportada subiu pelo quinto mês consecutivo, alcançando US$ 5.600 por tonelada, uma alta de 26,3% em relação a agosto do ano passado.
As vendas externas totalizaram US$ 1,5 bilhão, avanço de 56% no período. No mercado interno, os spreads (diferença entre o preço da carne e o custo do animal) recuaram levemente diante do aumento no custo do gado, mas a oferta de animais segue ampla.
O BTG destacou que o crescimento brasileiro se dá em um momento de escassez de gado nos EUA, o maior produtor do mundo. Segundo os analistas, o ciclo pecuário norte-americano segue complicado e a recuperação parece distante.
No lado oposto da carne bovina, o frango teve desempenho mais fraco nas exportações brasileiras. Os preços médios recuaram 15% em um ano, reflexo de embargos de mercados importantes como União Europeia e China após surtos de gripe aviária.
Com maior oferta no mercado doméstico, o valor do frango no atacado caiu 7% em agosto. Já a carne suína manteve spreads firmes no mercado interno, embora as exportações tenham mostrado queda marginal.
Para o BTG, a JBS (JBSS32) é a única ação com recomendação de compra no setor, com preço-alvo de R$ 86,73. A avaliação é de que a companhia deve seguir beneficiada pelo bom momento das exportações de carne bovina.
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